O que estamos presenciando atualmente no Brasil pode ser entendido como mais um golpe político contra a democracia. Como se sabe, há gente de todo tipo em todos os lugares, porém muitos creem que na política se sairão muito bem se forem espertos e, nesse conceito de esperto colocam todo tipo de falta de caráter.
Uma das características do desonesto é tentar parecer o mais honesto dos seres e, uma vez na política, esse indivíduo tentará manter dupla personalidade. Para o público, demonstrará que todo sacrifício que empreender valerá, desde que leve a felicidade aos seus eleitores. Para si, fará as contas de como poderá alcançar vantagens pessoais mesmo à custa de muita traição, por mais torpe que seja.
Quando se vê um partido que esteve pendurado no governo por tantos anos, décadas até, dando palpites, orientações, ocupando cargos importantes na administração dizer que “desembarcou” do governo por ele não lhe servir mais, porém articulando para voltar ao governo através de um golpe que lhe proporcione ainda mais vantagens, chega a causar náuseas essa espécie de gente.
Esse tipo de crime moral coloca a traição como arma a ser usada para seu deleite e mais que qualquer outro crime é a traição o mais abominável deles porque presume confiança irrestrita no traidor. E quem trai uma vez trai sempre, é só surgir oportunidade. Como pode o eleitor confiar nas doces palavras e nos bons propósitos de quem traiu seu grupo de tantos anos? Se ele traiu o governo que ajudou a eleger e a administrar, as palavras ditas ao eleitor não passam de vil ludibrio, de tosca enganação.
Viu-se isso, escancaradamente, no plano federal, mas se se atentar ao plano estadual e ao municipal, também poderá ser constatada a presença desse tipo de abutre que adula, usufrui e trai despudoradamente. E a conclusão a que se chega é que “se entre seus pares não foi fiel, ao eleitor jamais o será”. Essa é a grande vantagem da democracia: o voto elege, o voto repudia. Só que para isso o eleitor tem que ficar atento.
Esses partidos que estão traindo a presidente Dilma e seu partido, na esperança de desfrutarem de maior poder em um possível governo da oposição, devem agora estar bastante aturdidos com o resultado da pesquisa do Datafolha de sábado passado (9/4): por ela, Lula seria eleito tranquilamente. Em segundo lugar, Marina Silva e lá no fim, a perder de vista, estão Aécio e Alckmin com tendência a queda maior. Traíram o país e estão sendo rejeitados pelo eleitorado. Por isso a oposição está tão apavorada com medo de uma possível candidatura de Lula.
Até um bom tempo atrás, era muito difícil conhecer as falcatruas cometidas por políticos da área estadual ou federal, mas hoje com a internet à disposição de quase todos, é só acessar o google, colocar o nome do indivíduo e teremos a nossa frente um relato completo de tudo que foi dito sobre ele. Depois de verificar como agia nas votações, como se comportou nos momentos de tomar decisões em nome do povo, as acusações criminais que pesam contra ele, como trata seus antigos parceiros políticos, aí sim o eleitor poderá tomar a decisão de prestigiar ou não o candidato em pauta.
Já deve ficar para trás a triste lembrança do eleitor que votava em alguém porque o amigo pedia, porque o candidato lhe pagava uma cerveja ou lhe prometia emprego ou um benefício qualquer.
Um país só pode se considerar democrático quando seus eleitores, conscientemente, depois de muita pesquisa, escolhem seus representantes. Até lá o que existe é muito voto direcionado pela ignorância, pelo oportunismo e pela maldade.
Até quarta-feira
– Dracena –