Em Efésios 5.22 está escrito: “Mulheres, sujeitem-se a seus maridos, como ao Senhor” muitos interpretam esse versículo fora do seu contexto, pois não continuam lendo até o versículo 33. Algumas vezes se rejeita por completo o destaque desta passagem. É lida como se o cerne da mesma estivesse na subordinação da esposa ao marido. Mas há muito mais. O fundamento de toda esta passagem não é o controle, mas sim o amor. Paulo refere-se ao amor que o esposo deve ter para com sua esposa.
Em primeiro lugar deve ser um amor sacrifical. O marido deve amar a sua esposa como Cristo amou a igreja e deu-se a si mesmo por ela. Nunca deve ser um amor egoísta. Amor egoísta, aliás, não é amor. Cristo não amou a igreja para que a Igreja fizesse algo por ele, senão para ele fazer coisas por ela. O marido é cabeça da mulher — é verdade que Paulo afirmou isto. Mas o apóstolo diz também que o marido deve amar a sua mulher como Cristo amou a Igreja, com um amor que jamais apela para a tirania, para o controle e a dominação cruel, mas ao contrário, está disposto a qualquer sacrifício por seu bem.
Em segundo lugar tem que ser um amor purificador. Cristo purificou e consagrou a igreja pelo lavar da água, no dia em que cada membro fez sua profissão de fé. Pode ser que aqui Paulo tenha em mente um costume grego. Paulo pensa no batismo. Pela lavagem do batismo e a profissão da fé Cristo faz com que a igreja seja para ele limpa, pura e consagrada, de tal maneira que não se encontre nela nenhum lugar sujo nem ruga que a desfigure.
Em terceiro lugar deve ser um amor diligente. Um homem deve amar a sua mulher como ama a seu próprio corpo. No dizer de Paulo, como nutre e cuida de seu corpo, o amor cuida da pessoa amada. Não ama para procurar serviço nem para assegurar a atenção de sua comodidade física. Não ama por própria conveniência, mas sim cuida da pessoa amada.
Em quarto lugar, é um amor sólido. Por este amor o homem deixa pai e mãe e se une à sua mulher. Tornam-se uma carne. Une-se a ela como os membros do corpo estão unidos entre si. Não pensa em separar-se dela, o qual equivaleria a rasgar seu próprio corpo.
Em último lugar, esta é uma relação no Senhor. Vive-se na presença do Senhor. Cada iniciativa é dirigida pelo Senhor; cada decisão é tomada no Senhor. No casamento cristão não participam dois, mas sim três e o terceiro é Cristo. Qual a medida de participação do Senhor no seu lar?
*Pastor e missionário presbiteriano.