O Templo de Jerusalém é o nome dado ao principal centro de culto do povo de Israel, onde se realizavam as diversas ofertas e sacrifícios. Situava-se no cume do Monte Moriá (também chamado Monte do Templo), no leste da cidade de Jerusalém. A edificação possuía vários átrios.
O átrio dos gentios (os não-judeus) rodeava todo o santuário e era acessível também aos judeus. Havia também o Soreg, que era uma parede baixa em volta do templo, formado uma área sagrada que nenhum gentio podia pisar. Havia o átrio das mulheres e também o átrio de Israel. Este era exclusivamente para judeus jovens e adultos do sexo masculino. Era grande e aberto, enquanto o átrio das mulheres era estreito, coberto e rodeado de colunas. Acima do piso do átrio de Israel havia um espaço reservado exclusivamente aos sacerdotes.
O recinto chamado de santuário, com numerosos aposentos, possuía duas áreas importantes, o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo, separados por duas grossas cortinas pendentes (chamados de “véus” em Mateus 27). No Lugar Santo, os sacerdotes realizavam suas atividades diárias. No Lugar Santíssimo, que era o “coração” interior do templo, somente o sumo sacerdote podia entrar, uma vez por ano, no dia da expiação, quando oferecia um sacrifício pelos pecados do povo.
Nota-se, pela disposição dos átrios, que havia lições a serem ensinadas. Uma delas era a separação do homem pecador de Deus e a dificuldade de aproximar-se da presença divina. Os gentios eram excluídos do templo, revelando que os judeus eram os escolhidos de Deus, um povo separado. A gradação dos átrios e seu acesso restrito ressaltavam as separações de grupos dentro do judaísmo. A inacessibilidade do Lugar Santíssimo ao povo, exceto para o sumo sacerdote uma vez por ano, ensinava sobre a santidade de Deus e Sua separação dos pecadores.
A vinda de Jesus Cristo inaugurou um novo tempo! Ele derrubou todas as barreiras entre Deus e os homens arrependidos. Quando Jesus morreu, “o véu do templo se rasgou em duas partes, de alto a baixo” (Mt 27.51), mostrando que o caminho agora estava aberto a um acesso imediato a Deus (Hebreus 10.19-20). Em Cristo todas as divisões de classes desapareceram – as que existiam entre judeus e gentios (Romanos 10.12), entre homens e mulheres (Gálatas 3.28) e entre sacerdotes e leigos (Apocalipse 1.6). Portanto, somente em Jesus Cristo temos livre acesso a Deus Pai.
*Pastor e missionário presbiteriano