A gente. O povo. Só com muito trabalho e criatividade é que vamos sair desse atoleiro econômico. Não vale nem a pena falar de política aqui. A mudança só vai ocorrer se partir do povo.
Precisamos gerar emprego, criar valor, gerar riqueza, girar a economia. Mas com as leis trabalhistas atuais isso não vai acontecer. Sou da área de tecnologia e comunicação, lido com jovens entrando no mercado de trabalho há mais de 20 anos. Geração X, Y, Z… Não estamos falando de trabalhadores braçais do início da era industrial, explorados pelo grande capital. Estamos falando de jovens muito inteligentes, com um acesso à informação jamais visto, capazes de gerar riqueza em um mundo virtual. Com necessidades e expectativas muito diferentes daquelas do século passado, da qual faz parte esse arcaico modelo de CLT.
Eu já vi muito estagiário começando na empresa e em pouco tempo com alguma orientação, abrir seu próprio negócio e ganhar muito mais. Infelizmente esse número é ainda muito pequeno. Temos que aumentar esse volume. As empresas demandam serviços, mas não podem arcar com os riscos trabalhistas, principalmente quando necessitam de trabalhos de marketing e tecnologia.
Os jovens não querem mais trabalhar com horários engessados. Querem ter seus horários, querem mesclar lazer com aprendizado e com trabalho. Precisam de pausas mais frequentes. Não querem bater cartão. Querem trabalhar de casa, da rua, do Starbucks. Parece ruim para a empresa? Não é. Gera muito mais engajamento e resultado. E esse é o segredo: resultado.
Mecanismos de controle arcaicos não funcionam mais. Não adianta colocar um supervisor na sala olhando se todos estão trabalhando, câmeras, grades, tornozeleiras… Opa, isso era da época da escravidão! Resultado é a palavra-chave, o ponto focal.
Baseando o relacionamento em resultados, a liberdade aparece. O colaborador cresce, o resultado cresce, todos se beneficiam. Existem formas corretas de se fazer isso. Com tecnologia. Metas.
Que tal fazermos um esforço conjunto, educar os jovens a entrar no mercado de trabalho de forma correta, alinhar expectativas, criar mecanismos onde eles possam trabalhar da forma que anseiam, gerando riquezas para eles e para as empresas para as quais prestam serviços?
Nós já iniciamos esse processo, há 5 anos com o projeto Laranja Mecânica. Desde 2011, inserimos no mercado de trabalho dezenas de jovens que iniciaram como estagiários, foram treinados, capacitados e conseguiram empregos em nossos clientes. Muitos abriram suas próprias empresas de consultoria em marketing digital ou vendas. Estão muito felizes. E do lado das empresas, dezenas conseguiram um nível de serviço mais elevado, com um custo mais baixo e conquistaram excelentes resultados. Como isso?
Com criatividade. A moeda deixa de ser somente o dinheiro e vira o conhecimento. Conhecimento que muda uma vida. Foco na geração de resultado. Investimento mútuo.
Tenho certeza de que esse modelo pode ser aplicado em diversos outros segmentos. Minha especialidade é tecnologia e comunicação e aqui tem dado muito certo. Selecionamos estudantes, capacitamos, oferecemos estágio e depois que mostram resultados, tem opções de serem contratados ou abrir sua própria empresa já com clientes conquistados. E vencem sempre os melhores.
É ensinar a pescar e não entregar o peixe. Uma relação ganha-ganha-ganha. Boa para o profissional, boa para o cliente, boa para nós. Gostou da idéia?
*Tecnólogo e publicitário