O mercado imobiliário é de longo prazo, e os brasileiros compram, na média, menos de 2 imóveis durante toda a vida. O ciclo de produção imobiliária dura alguns anos e o comportamento dos preços é feito de ciclos de valorização.
Importante lembrar que a necessidade habitacional do país é deficitária (seis milhões de domicílios) e crescente e, segundo estudos da Fundação Getúlio Vargas, será necessária a produção de 14,5 milhões de novas residências nos próximos dez anos.
O momento político e econômico nacional turbulento tem levado a atividade econômica a se retrair e já tivemos por dois anos seguidos PIB negativo, estamos ainda com alto nível de desemprego e taxas de juros elevadas. Entretanto, o cenário futuro já começa a trazer expectativas melhores, não sabemos ainda quando, mas tudo vai passar e o país voltará a crescer.
Tanto o número de lançamentos quanto o de vendas no mercado imobiliário estão em queda no país, nos últimos dois anos. O interior de São Paulo tem menos queda e sofre menos que as grandes capitais brasileiras, mas as decisões de compra de maneira geral têm sido postergadas, o que deixa o mercado com um número maior de vendedores do que de compradores, o que traz para o comprador melhor situação e vantagem.
Um rápido paralelo com as ações da Petrobras: – dez anos atrás as ações estavam valorizadas e todos falavam em comprar e investir nestes papéis, quando no inicio de 2016 com o auge da crise política, inclusive na Petrobras, as ações atingiram seu mínimo e, portanto, ninguém aconselhava a compra, foi o melhor momento para se adquirir, pois durante o ano teve uma valorização superior a 100%.
O mercado imobiliário não tem oscilações como o acionário, mas tem uma valorização não linear. Portanto, temos períodos de estabilidade e períodos de salto nos preços. O momento, hoje, ainda é de estabilidade, e terminará quando o nível de emprego voltar a crescer, os juros estiverem mais baixos e a economia for retomada.
Nesse momento, todos irão voltar ao mercado e não haverá terrenos, casas e apartamentos disponíveis para todos e a produção imobiliária não conseguirá atender toda essa demanda, o que fará com que haja uma pressão nos preços e aconteça uma nova onda de valorização potencializada pela também pressão dos custos de produção que têm hoje aumentos de mão de obra e dos principais insumos utilizados na produção imobiliária.
Sempre defendi, e sempre defenderei, que investir no mercado imobiliário é seguro e traz resultados positivos e segurança, com características próprias, mas mesmo com baixa liquidez traz a proteção patrimonial e o complemento na renda através da locação e realização dos sonhos, de todos nós brasileiros.
Mas o melhor momento para entrar em um mercado, com visão de longo prazo, é após a queda da atividade econômica e início da melhora do cenário futuro, mas antes, é claro, da maioria da população.
É assim que o mercado imobiliário e financeiro internacional está observando nosso país.
Então se você está empregado e busca o sonho do imóvel próprio, ou tem recursos financeiros disponíveis, a hora é agora, aproveite o início da queda da taxa de juros para as aplicações financeiras e, principalmente, as inúmeras oportunidades do mercado imobiliário potencializadas pela grande disposição dos vendedores em aceitar propostas abaixo do preço de venda e não postergue mais a decisão.
O melhor momento para entrar em um mercado de longo prazo é antes de mais uma valorização.
*Presidente do Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo (Secovi-SP)