Dia 8 de março é celebrado o Dia Internacional da Mulher e, dia 6 de julho, é o 110º aniversário da artista plástica mexicana Frida Kahlo (1907 – 1954). Sua temática, essencialmente autobiográfica, suscita uma reflexão sobre o próprio ato de viver – e isso independe dos fatos de der mulher ou de ser latina.
Nessa universalidade, porém, é claro que há características muito peculiares, como o cabelo, símbolo da feminilidade; a cama e a coluna vertebral, que apontam para as suas terríveis dores físicas, desde o terrível acidente automobilístico que sofreu na juventude; e a onipresença do muralista Diego Rivera, sua complexa relação amorosa e afetiva.
Há em Frida uma intensidade que a mantém sempre atual. Ela se faz presente em seus diários, na célebre Casa Azul, hoje Museu Frida Kahlo, nas fotos e pinturas em que o casal surge junto; e nos elementos visuais que caracterizam as imagens criadas pela artista, como as flores, a vegetação e o sol.
Frida manteve o sonho vivo por mais áspero que fosse seu cotidiano. Tornou-se um mito e construiu uma narrativa sobre si mesma que gera diversas interpretações. Conhecendo melhor a mulher e a artista, mergulhamos com densidade em nós mesmos e num mundo além do sexo, da sexualidade, da biografia e do local em que nascemos.

*Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, mestre em Artes Visuais, atua na Assessoria de Comunicação e Imprensa da Unesp.