Segundo Rodrigo da Rocha Lourdes, em entrevista ao jornal O Estadão, em outubro de 2015, “Empreender é muito diferente de administrar negócios”. Rocha é sócio fundador da Nutrimental, empresa pioneira e líder de mercado na fabricação das barrinhas de cereal. Segundo Rocha empreendedorismo está ligado a uma combinação de fatores como: “ideia, visão, oportunidade, novas tecnologias ou nova maneira de fazer alguma coisa.”.
O administrador, por sua vez, tem a função de manter o patrimônio líquido da empresa numa ascendente; resolver problemas, gerir atividades com os recursos disponíveis, além de buscar o equilíbrio de áreas distintas, como: recursos humanos, TI, economia, política, produção, logística, marketing e finanças.
O empreendedor, como diz Rocha, transforma ideias em oportunidades e carrega a vontade de realizar externalizada por comportamentos, como os que são constantemente divulgados pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas): busca constante por oportunidade e iniciativa, busca de informações, persuasão, rede de contatos, independência e autoconfiança, entre outros.
Alan Saute cita, num artigo no site administradores.com.br, o exemplo da Microsoft: “ Bill Gates(…) é um exemplo de um empreendedor, que (…) soube lidar com os mais diversos riscos e aproveitou ao máximo a oportunidade que teve. Os diretores da empresa são administradores, que tendem a obter os melhores resultados dentro dos recursos que a empresa oferece.”
As esferas da administração e do empreendedorismo, a princípio, parecem dois universos diferentes. É como se a razão representasse o administrador, enquanto o empreendedor é representado pela emoção. Da mesma forma que a razão e emoção complementam nossa personalidade, o empreendedorismo e a administração também precisam andar juntos.
Com os desafios impostos pelo mercado, mudanças cada vez mais rápidas e a necessidade de inovação constante; os papeis devem não apenas se complementar. Mas, tornarem-se habilidades entremeadas tanto para empreendedores como administradores. As duas esferas criam um contrapeso para as possíveis deficiências de ambos os lados. Desta forma o administrador pode aprender com o empreendedor e ousar mais, enquanto o empreendedor pode revestir-se de maior prudência como fazem os administradores.
Como diz Rodrigo Tellechea, no artigo “Empreender, inovar e administrar”, o casamento entre a visão do empreendedor com o pragmatismo do administrador “representa um passo importante em direção ao sucesso do negócio, a produção de lucro e o desenvolvimento econômico.”.
*Consultor de empresas e professor executivo