A partir de 3 de dezembro adentramos, no ciclo do Natal, o tempo do Advento, que espera e celebra a vinda de Jesus Cristo no tempo e na história dos homens, para trazer-lhes a salvação. É portanto, o tempo da expectativa, e o cristão é chamado a vivê-lo em plenitude para poder receber dignamente o Senhor no momento em que vier. Nas duas primeiras semanas do Advento, vigilantes e alertas, esperamos a vinda definitiva e gloriosa do Cristo Salvador, e nas duas últimas semanas, lembrando a espera dos profetas e de Maria, preparamos mais especialmente o seu nascimento em Belém. A liturgia da Palavra deste novo ano litúrgico nos oferece textos da catequese de Marcos apresentando-nos Jesus como Messias, o Filho de Deus e também Filho do Homem, o enviado de Deus no fim dos tempos e também textos proféticos, especialmente de Isaías e dos Apóstolos, com insistente convite à vigilância e à vida digna. A “mística da gravidez” perpassa todo este tempo, criando em nós uma atitude permanente de espera e fazendo-nos crer na força escondida da vida que, continuamente, está para nascer. Cada celebração alimenta em nós o desejo e a esperança de um novo parto da salvação de Deus em nosso tempo, tão marcado por decepções, desesperanças e incertezas. Toda a celebração cristã é uma permanente vinda do Senhor em nossa vida pessoal, em nossa comunidade e em nossa história. Ele vem ao nosso encontro no presente e no futuro, como veio no passado. Ele é caminheiro fiel na grande peregrinação que fazemos rumo à casa do Pai. Ele é o Emanuel, o Deus-conosco com quem descobrimos sempre de novo quem somos, o que queremos e para onde vamos. As atitudes interiores que nos preparam melhor para esta vinda podem ser assim expressas: • Manter-se vigilantes na fé, na oração, em uma abertura atenta e disponível para reconhecer os
“sinais”da vinda do Senhor em todas as circunstâncias e momentos da vida e até o fim dos tempos. • Andar no caminho traçado por Deus, sem se extraviar por caminhos tortuosos: “converter-se” para seguir a Jesus para o Reino do Pai. • Dar testemunho da alegria que Jesus Salvador nos traz, com a caridade afável e paciente para com os outros, com a abertura para todas as iniciativas de bem, através das quais já se constrói o Reino futuro na alegria sem fim. • Manter um coração pobre e vazio de si, imitando José, Nossa Senhora, João Batista, os outros
“pobres”do evangelho, que, precisamente por isso, souberam reconhecer em Jesus o filho de Deus que veio salvar os homens. • Participar da celebração eucarística neste Tempo do Advento significa acolher e reconhecero Senhor, que continuamente vem ficar no meio de nós e segui-lo no caminho que leva ao Pai; a fim de que, com sua vinda gloriosa no fim dos tempos, ele nos introduza todos juntos no Reino, para fazer-nos “tomar parte na vida eterna”, com os bem-aventurados e os santos do céu. Em cada celebração, neste tempo que antecede o Natal, somos convidados a proclamar profeticamente que o Senhor está chegando como libertador e seus sinais se manifestam nas lutas concretas dos pobres e de todos os que com eles se fazem solidários. A novena de Natal é uma maneira de intensificar a espera e alimentar a esperança da libertação. Procure o seu grupo de setor, quarteirão mais próximo e participe. Preparemo-nos bem e aclamemos confiantes: Vem Senhor Jesus!

*Pároco da paróquia Santo Antônio de Junqueirópolis