A tecnologia vem mudando dia após dia a forma como as pessoas se relacionam, fazem negócios e criam novas oportunidades. A internet e os diversos devices estão propiciando uma mudança radical na forma como entendemos, pensamos e agimos, e na forma de aprender e ensinar.
A tecnologia tem atualmente e terá cada vez mais um papel essencial na forma como a educação é apresentada para as novas gerações. É, sem dúvida, um trampolim de transformação social, mas não é apenas ela que realiza a transformação, são os modos de relações sociais que estão hoje estabelecidos, e as formas de comunicação todas apoiadas pela tecnologia, de certa maneira.
A sala de aula, local onde se transmite um conjunto limitado de informações, deveria ser vista como algo mais complexo, responsivo, dinâmico, um agente de transformação para um mundo tecnologicamente avançado. Nesse sentido, a era das tecnologias digitais, da tecnologia da informação e comunicação, têm um papel extremamente relevante na revolução da forma de aprender.
As gerações Y e Z já nasceram na era da agilidade da informação através da internet e das diversas tecnologias. Nasceram globalizados e gostam de fazer muitas atividades ao mesmo tempo (multitarefas). Para eles, ficar sentado em uma sala de aula realizando atividades repetitivas não é nada interessante. Por conta disso, o desafio das escolas está em buscar alternativas que estimulem essas pessoas a desenvolver habilidades de forma mais interativa, autônoma e inovadoras.
Neste sentido vem surgindo diversas metodologias com o objetivo de tornar a educação dentro e fora da sala de aula mais divertida e interativa, proporcionando maiores formas de comunicação e de aprendizagem. Uma delas é a metodologia STEAM, que é um termo em inglês que une os conceitos de ciências, tecnologia, engenharia e matemática a qual tem como objetivo estimular a criatividade em sala de aula. A intenção é de promover o desenvolvimento da lógica, colaboração, resolução de problemas, criatividade, experimentação e outras aptidões e competências.
Estas habilidades são possibilitadas através do uso de kits de robótica diversos afim de estimular a lógica de resolução de atividades práticas que estão associadas ao conceito teórico visto em sala de aula. O uso de drones, impressora 3D e brinquedos conectados inteligentes, mais conhecidos como smart toys, como forma de permitir interfaces com tecnologias e brinquedos modernos os quais as gerações Y e Z se interessam e se motivam mais para o auxilio na aprendizagem. Aplicativos mobiles vem aproximando cada vez mais os alunos dos livros de forma lúdica e divertida. Outros aplicativos, por sua vez, vem proporcionando um aprendizado dinâmico, colaborativo e com maior interação, inclusive, com os pais.
Assim a prática de aprender brincando e se divertindo com as tecnologias e brinquedos atuais como forma de facilitar o aprendizado em sala de aula vem se tornando tendência mundial. Não tem como mais falar em educação sem pensar como as tecnologias estarão aliadas neste processo.
E é justamente este o papel da tecnologia, fazer uma ponte com o processo de ensino e aprendizagem, ou seja, a forma como ela deve ser inserida no contexto pedagógico da escola. Afinal, apenas adquirir tecnologia e acreditar que ela irá transformar a educação da escola é mera utopia. O contexto de uso de tecnologia vem com o planejamento estratégico do ensino e aprendizagem suportado pela tecnologia. E, com isso, quem sabe, a satisfação e gosto pela prática de aprender volte a contagiar as gerações Y e Z, e as próximas que virão.
*Professor do Departamento de Computação – UFSCar Sorocaba