A participação da família e da sociedade na escola pública é uma exigência constitucional. A vida republicana implica em direitos e deveres e um destes, bem explícito no artigo 205 da Constituição Federal, é o de oferecer educação de qualidade às crianças e jovens brasileiros.

 Se alguém se detiver exclusivamente na leitura da grande mídia espontânea, terá uma impressão falaciosa do que ocorre na Rede Pública da Educação. Exemplifique-se a estrutura gigantesca da Secretaria da Educação de São Paulo, com mais de 5 mil escolas, 4 milhões de alunos, 400 mil pessoas a depender da folha de pagamentos, numa sequência de anos críticos para a economia bandeirante.

 Ao visitar, recentemente, o município de Guará, tomei conhecimento daquilo que se realiza na Escola Estadual Marechal Rondon, com o idealismo ativo de sua equipe gestora, do Grêmio Estudantil e do programa Escola da Família.

O histórico da escola mereceu artigo escrito por aluna da 2ª série em 2017 e publicado no jornal local, nas comemorações do aniversário da cidade. A história do patrono também é divulgada entre os alunos, que precisam ter justificado orgulho de eternizarem a memória de um brasileiro que respeitou as nações indígenas, tão cruelmente dizimadas no início da colonização, a refletir a ignorância à época.

Quando da visita do Secretário da Educação à Escola, uma aluna youtuber elaborou um vídeo com a apresentação de todas as ações ali realizadas. Evidenciou desenvoltura e habilidade verbal para falar sobre a feira de profissões, aulas diferenciadas, gincana escolar, sarau literário, prevenção também se ensina, gestão democrática, projeto sala limpa, plantio de árvores, participação no I Encontro Paulista de Grêmios, Projeto Ler é Bom, experimente!, Livro de crônicas, projeto Boca de Cordel, Pastoral da Educação, dia da leitura, jornal na sala de aula e tudo o mais que aconteceu na Escola da Família.

O resultado é que muitos alunos da EE Marechal Rondon de Guará já adentraram à Universidade, com destaque para aqueles que conseguiram vaga no ensino público. São eles Carlos Henrique da Silva Furtado, Daniel Henrique Dias, Rodrigo Henrique Mortari e Paulo Roberto Júnior. Estão de parabéns, assim como os responsáveis por esse sucesso, que inclui a família, a equipe gestora e os docentes, além de toda a comunidade que faz funcionar a dinâmica unidade escolar. 

Não é só dentro da escola que Guará faz a diferença. A Câmara Municipal tem um projeto chamado “Escola na Câmara”, para estimular crianças e adolescentes a acompanharem as atividades o Legislativo. Elaborou uma cartilha legislativa, recebe visitas dos alunos e vai alicerçando um dos objetivos da educação, que é a capacitação para o exercício consciente da cidadania.

Não por acaso, a Presidente da Câmara de Guará é uma professora: Bibi Seribeli, que nutre especial carinho em relação à educação. Por isso é que as coisas ali acontecem. E só acontecem porque há consciência e vontade. Que outros municípios aprendam a lição. Não há quem não possa fazer algo para aprimorar o grau qualitativo da educação pública no Brasil.

 

 

 

*Secretário da Educação do Estado de São Paulo