Brasil x Itália. O jogo bem poderia ser o da final da Copa do Mundo de 2014. Mas, pelo anúncio feito na última quinta-feira (17) pela Fifa sobre a estrutura do Mundial, essa pode ser na verdade a partida de abertura em São Paulo. A Fifa anunciou praticamente todos os cabeças de chaves dos grupos da primeira fase da Copa e, diante de um critério polêmico, abriu a possibilidade para que mais de um grupo da morte seja estabelecido.
Imediatamente, seleções europeias passaram a atacar as regras da Fifa. A França apresentou ontem uma queixa formal, mas a entidade respondeu que se recusa a rever o regulamento antes do sorteio das chaves, no dia 6 de dezembro na Bahia. Ainda assim, nos bastidores, federações já começam a trabalhar para que os critérios para o Mundial de 2018 sejam revistos e o assunto irá virar tema de campanha eleitoral para a direção da Fifa. O voto ocorre em 2015 e deverá opor o francês Michel Platini a Joseph Blatter.
Segundo a decisão da Fifa, o ranking da entidade foi usado como base das escolhas dos quatro potes com oito seleções cada, sem considerar o histórico dos países e nem seu desempenho nas últimas Copas. Os sete primeiros colocados seriam considerados para os grupos, enquanto o Brasil, como sede da Copa, encabeçaria outro.
O resultado é que os cabeças de chave serão Espanha, Brasil, Alemanha, Argentina, Suíça, Bélgica e Colômbia. O oitavo grupo deverá ser liderado pelo Uruguai, caso vença a repescagem contra a Jordânia. Uma improvável derrota colocaria a Holanda no grupo de elite. T
AT Tdecisão deixou de fora seleções tradicionais como Holanda, Inglaterra e Itália, além de Portugal e França, que ainda precisam se classificar. Na prática, o formato cria um torneio que, desde os primeiros jogos, já poderiam ver verdadeiros clássicos. Argentina e Inglaterra, por exemplo, poderiam se encontrar logo de cara. Ou Espanha e Holanda, um tira-teima da final de 2010.
A metodologia já havia sido adotada pela Fifa em 2010. Agora, a opção por mantê-la veio depois de pressão da Conmebol, que queria mais chances para as seleções sul-americanas num torneio na região. Dos oito grupos, quatro serão liderados por seleções do continente.
Na Europa, cartolas de grandes federações passaram os últimos dias em contatos para formular algum tipo de reação conjunta, já pensando em 2018. Mas fontes consultadas pelo Estado revelaram que o assunto acabará se transformando em plataforma de campanha para a presidência da Fifa.