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 O goleiro Roberto está pronto para a partida mais importante de sua vida – e talvez a mais importante também de seu time – e não tem muita preocupação com o futebol do Lanús, adversário que pode impedir a Ponte Preta de conseguir seu primeiro título em 113 anos de vida.

Ele, repetindo um mantra de muitos brasileiros, está preocupado mesmo é com o comportamento pouco esportivo do rival. “Eles são muito provocadores, perto deles a turma do Vélez só tem santo. Aliás, é típico dos argentinos. Todos são assim”.

Esse pensamento baseia-se em partidas antigas, ainda quando Roberto, hoje com 34 anos, jogava no juniores. “Naquela época já dava para sentir que os garotos argentinos entram em campo para provocar. Depois, crescem e fica ainda pior”.

Mesmo a lembrança de Lionel Messi, um dos melhores jogadores do mundo, não serve para fazer Roberto acreditar que argentino possa ser bom de bola. “Não sou bobo de falar que o Messi é fraco. Ele e o Cristiano Ronaldo são ótimos, mas o Messi tem muito jogador bom do lado dele. Por isso, rende muito e não precisa apelar. Agora, põe o Messi no Lanús para ver se ele não ia ‘catimbar’ também. Lógico que iria”.

A ordem de Roberto é tranquilidade total. Ele repete aos companheiros que a Ponte Preta precisa pensar só no seu jeito de jogar futebol e sair com o título. Ele lembra que São Paulo e Vélez Sarsfield foram eliminados fora de Campinas. “É foco total. Podemos ganhar esse título, tenho certeza”.

No início da Copa Sul-Americana, após a vitória contra o desportivo Pasto por 1 a 0, ele recorreu a uma comparação pouco usual para mostrar como seria necessário ter a mente quieta. “Se cuspirem na gente, a gente pega o cuspe e engole para deixar quem cuspiu com muito nojo”.

Mas fica um pouco irritado quando é lembrado da frase pouco agradável. “Sempre tem um imbecil para levar a coisa ao pé da letra e fazer gracinha. Explicando melhor, o que eu digo é que a gente precisa dar a outra face e jogar bola, apenas isso.”

O título da Sul-Americana é ansiado por Roberto e outros jogadores como forma de recompensar a torcida pela queda no Campeonato Brasileiro.

Para ele, as duas coisas estão relacionadas. “Se não fosse nossa boa participação na Sul-Americana, a gente não teria caído no Brasileiro. A gente não tinha elenco para jogar as duas competições ao mesmo tempo e faltou força para reagir em alguns momentos. Não deu para conquistar os pontos que faltaram, mas tivemos uma boa reação no segundo turno”.

Agora, é bola pra frente e entrar na história. E, depois, discutir o futuro. “Meu contrato termina no sábado. Não quis conversar com ninguém sobre renovação porque só penso na decisão. Precisa ter a cabeça fria para ganhar esse campeonato. Nós merecemos e a nossa torcida também”.