O técnico da Seleção Brasileira feminina de handebol, o dinamarquês Morten Soubak, desabou na quadra ao festejar o título mundial no último domingo, 22. A euforia do momento, porém, não impediu que o treinador fizesse ressalvas ao trabalho que vem sendo feito com o handebol brasileiro.
Soubak destacou o sucesso do projeto de levar brasileiras para treinar na Áustria, no time Hypo No, mas lembrou que pretende ver o desenvolvimento interno do esporte e quer ver uma seleção inteira formada apenas por atletas que atuem no Brasil.
“Espero que quem trabalhe com handebol no Brasil comece a trabalhar direitinho e planeje melhor do que está hoje. Do jeito que está, não vai mudar nada. Estamos totalmente dependentes das meninas que estão na Europa. Não é por causa do que é feito no Brasil que estamos aqui. Nem um pouco. Se o Brasil daqui a três anos produzir cinco, oito jogadoras, beleza. Mas eu quero ver o Brasil produzir um time inteiro que vá para a Seleção adulta”, falou Soubak.
Emocionado com o primeiro título mundial da história da Seleção, o dinamarquês agradeceu a um amigo em especial, que lhe levou ao Brasil.
“Quando eu subi naquele pódio, falando pessoalmente, pensei que estou no Brasil por causa de um homem: Eduardo Macedo. Ele me trouxe para ser técnico do time dele. Depois, fui para o Pinheiros e por causa dele estou aqui. Ele morreu em 2011, sei que ele está lá e eu tenho de agradecer. Isso aqui é dele. E obrigado para a família dele”, acrescentou.
O próximo grande objetivo da Seleção feminina será a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro. Nos Jogos de Londres, o time foi eliminado nas quartas de final para a Noruega, que se tornaria bicampeã olímpica.
“2016 é o sonho, a ideia, o motivo. Sim, espero que podemos repetir o resultado. Nós vimos um jogo espetacular, não sei se já tivemos um jogo deste tamanho, então claro que vamos continuar trabalhando e vamos ver se tiramos a medalha olímpica. Agora a meta tem de ser essa”, concluiu.