Oito cicloturistas de Dracena e Andradina se aventuraram em uma viagem internacional em que pedalaram de Mendoza, na Argentina, até a capital do Chile, Santiago, onde comemoraram a virada do ano. O trajeto começou em solos argentinos no dia 28 de dezembro e teve total de 356 km, atravessando uma região desértica, com dificuldades para alimentação e hidratação dos atletas. 

No total, o grupo percorreu 22 horas de pedal em quatro dias. Eles chegaram a enfrentar uma variação climática que teve máxima de 48°C e mínima 5°C em um mesmo dia. E os ventos, quando apareciam com intensidade, exigiam que os atletas empurrassem suas bikes, por ser quase impossível pedalar.
Os aclives em alguns pontos também impressionaram, como uma subida de 26 km que demorou 4 horas e 30 minutos; a velocidade mínima das bicicletas era 4,5 Km/hora na marcha mais leve possível. Para comparar, a pé, o ser humano anda a 6 km/hora em média.
Para Marcelo Souza, que coordenou a equipe, a Cordilheira dos Andes foi o auge, por se tratar de uma grande atração turística. “Não temos nada parecido em nossa região. Montanhas de pedras; vegetação bem pequena, que não faz sombra e ainda queimada por neve do inverno. Não tem pássaros; gaviões; urubus, pois é muito desértico. Quando se vê cachorro atropelado na estrada, coisa rara, é que o mesmo se perdeu a procura de comida”, relata.
Marcelo também conta que o gelo da neve dos últimos invernos, nos cumes das montanhas mais altas, chamou bastante atenção, entre outros desafios. “O grupo encontrou muitas dificuldades, mas, sabe que isso faz parte de viagens de cicloturismo. A emoção de viver aqueles momentos, com paisagens eternamente marcantes na memória, ajuda a transformar as dificuldades em coisas pequenas, que se apagam logo, sendo superadas pela beleza natural que Deus reservou àquela região”, complementa.
Além dele, viajaram Patrícia Souza, Sidnei Vieira, Flávia Rugai, Yuri Rugai, Edilberto Lanzoni, estes de Dracena, e Silvio Medeiros e Pedro Medeiros, ambos de Andradina.
Entre os locais que mais chamaram a atenção do grupo, o Aconcágua, monte mais alto das Américas, com 6.961 metros de altitude; Puente Del Inca, formação rochosa que forma uma ponte natural sobre o Rio Caves; Lo Caracoles, rodovia que desce 700 metros de altura em curvas muito fechadas em zigue-zague, sem nada de muros de proteção, e sem visão embaixo; e Cristo Redentor de los Andes, na fronteira Argentina-Chile a quase 4.000 metros de altitude, com ventos fortíssimos e muito gelo acumulado.