Reinaldo Canato/UOL
Alan Kardec comemora um de seus gols pelo Palmeiras no Paulista
Alan Kardec vive o que ele considera a sua melhor fase na carreira. Aos 25 anos, ele é artilheiro do Palmeiras no Campeonato Paulista e chegou até a ser cotado para brigar por um lugar na seleção brasileira. Não é à toa que ele não pretende largar esse cenário de jeito nenhum.
Criado pelo Vasco e com boa passagem pelo Santos, Kardec não quer ver pela segunda vez o sonho de ser destaque do futebol brasileiro ir embora. Com o seu contrato de empréstimo se encerrando no meio do ano, ele precisará voltar ao Benfica, de Portugal, caso a diretoria palmeirense opte por não comprar seus direitos: o valor gira em torno dos 3 milhões de euros (cerca de R$ 10 milhões). Para facilitar as coisas, ele já aceitou o contrato de produtividade padrão no clube e negocia um novo vínculo de cinco anos de duração.
Por falar na equipe da Vila Belmiro, ele não esconde que está ansioso pelo jogo deste domingo, que vai definir quem é o melhor time da primeira fase do Paulista.
Veja a entrevista exclusiva de Alan Kardec ao UOL Esporte:
UOL Esporte: Você já falou que esta é a melhor fase da sua carreira. Já foi até cogitado para a seleção. O que faz você dar tão certo atualmente no Palmeiras?
Alan Kardec: É a confiança. Confiança da comissão e dos atletas. Acho que tudo isso são fatores importantes. Então estou muito feliz, estou me sentindo bem, quero dar sequência no trabalho. Algumas coisas na minha vida me deixam feliz e satisfeito. Eu sempre tive pé no chão, vontade de trabalhar e de jogar.
UOL Esporte: Como foi a conversa com o Gilson Kleina após não ter sido convocado para a seleção? Ele disse que falaria com você a respeito.
Alan Kardec: Foi uma conversa normal. Ele chegou para me dar apoio. Em nenhum momento fiquei chateado. A seleção se tornou uma possibilidade nos últimos dias, então é processo natural, de gerar expectativa e ansiedade. Foram coisas que aconteceram naturalmente e quem foi chamado, no fim, foram os que já estavam.
UOL Esporte: Escolha entre um título do Palmeiras ou a vaga na seleção.
Alan Kardec: É difícil. Acho que se puder escolher, eu pegava as duas. As coisas trabalham junto uma da outra. Acredito que dificilmente seria convocado para seleção sem fazer coisa boa no Palmeiras. Se tiver títulos, eu também posso ser convocado, não tem como escolher um ou outro. Eu tenho que trabalhar para ser campeão, e o Palmeiras é meu foco, é o meu objetivo.
UOL Esporte: Como você tem acompanhado a possibilidade de ficar no Palmeiras? Faz questão de saber de tudo ou deixa na mão do seu empresário?
Alan Kardec: Muitas coisas eu fico sabendo de última hora, mas são coisas sigilosas, coisas que são tratadas com calma. Não tem coisas a se falar. Quanto menos falar melhor.
UOL Esporte: Mas você está confiante em ficar? Acha que o contrato de produtividade é uma boa?
Alan Kardec: Sim, estou confiante e acho que o contrato nesse formato é uma boa. É uma forma de fazer o atleta querer jogar e também do clube se defender. Não vejo problema nisso e me enquadro tranquilamente.
UOL Esporte: Por que você não estourou na Europa? Não gostou de lá?
Alan Kardec: Eu gostei. É um lugar muito bom de morar, estava em um clube fantástico (Benfica), com estrutura ótima, mas jogador quer jogar. Lá tem muita rotatividade. No começo eu entrava sempre nas partidas, depois não tive sequência e alternei muitos altos e baixo. Depois que eu voltei do Santos, então, as chances foram mínimas. Tudo isso me chateou muito. Optei por voltar ao Brasil porque sabia que teria muitas chances aqui. Mas lá eu passei bons momentos, com título português e um grande aprendizado.
UOL Esporte: Por falar em Santos, o que você achou da sua passagem lá? Por que não ficou?
Alan Kardec: As lembranças do Santos são boas, foi um ano vitorioso, onde consegui ser campeão paulista, disputar final de Mundial e tive mais coisas positivas do que negativas. Eu me senti bem, não queria sair, mas não sei porque não fiquei. Até hoje não sei, mas é vida que segue. Cheguei a ficar chateado, mas hoje estou muito feliz no Palmeiras.
UOL Esporte: Como vai ser jogar na Vila Belmiro de novo?
Alan Kardec: Estou um pouco ansioso, mas é normal. Eles estão fazendo um grande trabalho lá, mas estamos fazendo um bom trabalho aqui. Espero que a gente saia vitorioso. Tenho carinho, joguei ao lado de pessoas maravilhosas, mas eu espero que a gente vença.
UOL Esporte: Vai ser o grande jogo até aqui?
Alan Kardec: Muita gente falou muita coisa do nosso time depois que a gente subiu. Hoje a gente tem mais pontos do que todos e vamos jogar com o Santos. Isso significa muito para a gente. Não dá para falar que vai ser o maior do ano, mas vai ser muito importante. Um passo de cada vez.