O cenário é de desconfiança. A Seleção não vem de boas atuações e, apesar do apoio, a paciência da torcida é curta. Na abertura da Copa das Confederações, no Mané Garrincha, em Brasília, a equipe de Felipão ainda busca uma fórmula de conquistar os brasileiros. Bastam três minutos de bola rolando, no entanto, para o problema ser solucionado. Um belo gol de Neymar abre a vitória por 3 a 0 sobre o Japão e aproxima os torcedores. A “blitz inicial” seguiria durante todo o torneio e viraria a marca da Seleção na conquista do título do ano passado.
Na Copa do Mundo, porém, a característica ainda não apareceu. Contra Croácia e México, e até mesmo nos amistosos contra Panamá e Sérvia, a Seleção encontrou dificuldades para criar e não conseguiu marcar sob pressão a saída de bola dos adversários. Oscar continua desarmando bem, Neymar corre o campo todo e volta para ajudar no combate, mas o Brasil não consegue pressionar e muito menos achar o gol nos minutos iniciais. No primeiro teste pré-Mundial, o camisa 10 balançou a rede adversária aos 26 de jogo, em cobrança de falta. Contra os sérvios, no Morumbi, o placar só mexeu na etapa final. Fred, deitado, decidiu, aos 13 do segundo tempo. Na estreia no torneio, a rede só balançou a favor aos 28, depois de Marcelo abrir o placar contra, aos dez. E diante dos mexicanos, ninguém superou o goleiro Ochoa.
Felipão sabe que a equipe precisa evoluir. Dois dos pilares da Seleção na Copa das Confederações, Paulinho e Fred não são nem sombra dos jogadores que foram em 2013. Tanto que Scolari já deixa aberta a possibilidade de mudanças na equipe considerada titular há um ano. Não, porém, sem enfatizar sua confiança nos jogadores.
“Pode ser que eu tenha outra substituição para iniciar contra Camarões, mas é uma equipe em que confio plenamente”.