A última coletiva da Fifa sobre a Copa do Mundo no Brasil foi marcada por ironias, irritação e ausência. Um dos confirmados no evento, o presidente da CBF e do Comitê Organizador Local (COL), José Maria Marin, não compareceu ao auditório do Maracanã. A justificativa é de que Marin já tinha um compromisso marcado anteriormente na agenda para São Paulo.
Longe das perguntas sobre o fracasso da seleção brasileira e de Luiz Felipe Scolari, Marin deixou a batata quente nas mãos de Blatter e Aldo Rebelo. O presidente da Fifa demonstrava sorriso, tentava ser amável e até deu nota 9,25 para a Copa do Mundo realizada no Brasil. Mas bastou uma pergunta com a palavra “Corrupção” sobre o escândalo da venda de ingressos da Match, empresa parceira da Fifa que tem seu CEO, Ray Whelan, foragido, para o presidente ficasse transtornado com a repórter Gabriela Moreira, da ESPN Brasil.
“Minha senhora, quando fala de corrupção deve apresentar as evidências. Quando diz que algo estava errado com ingressos então está certo. Mas não aceito que fale de corrupção. Corrupção onde? Em termos de ingressos eu posso fornecer a resposta. O senhor Jérôme Valcke pode fornecer as respostas”, disse Blatter.
Ao iniciar o seu discurso, o ministro dos esportes, Aldo Rebelo, elogiou a realização da Copa do Mundo no Brasil, ressaltou as dificuldades encontradas, mas saiu pela tangente ao ser questionado sobre o porquê de um clima tão ameno entre as partes após sete anos de trocas de farpas e frases de Jeróme Valcke como ‘chute no traseiro’. Por fim, o ministro foi irônico com os críticos.
“As cobras se recolheram durante a Copa e nenhum cachorro louco alcançou um turista. Todos devem ter se recolhido durante o evento”, disse, com um sorriso no rosto.