Luiz Felipe Scolari bem que tentou. Após a acachapante derrota por 7 a 1 para a Alemanha na semifinal da Copa do Mundo de 2014, o técnico da seleção brasileira adotou o discurso de que o trabalho havia sido bem feito nessa atual passagem à frente da equipe e que a humilhação ocorrera por conta apenas de um “apagão”.
Não satisfeito, repetiu o discurso em pelo menos mais duas oportunidades. Para ele, tudo estava no caminho certo. Até mesmo um projeto para a Copa de 2018, na Rússia, apareceu em seus discursos.
E os números, que consagravam Felipão antes da Copa, ajudaram a destruí-lo após o Mundial. Em uma campanha sonhada para ser perfeita, quase tudo deu errado. O pai da última seleção vitoriosa do Brasil viu do banco o time ter a pior defesa da história em mundiais, sofrer sua maior goleada em quase 100 anos e ter o pior aproveitamento desde 1966.
Doze anos após a consagração, o treinador deixa o comando da seleção pela segunda vez. E de uma maneira que jamais imaginaria: sem a fama de paizão, questionado pela crítica, culpado pelas derrotas em casa e com recordes negativos.