Após a Controladoria Geral da União confirmar as denúncias feitas pelo “Dossiê Vôlei” da ESPN sobre a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) e o Banco do Brasil anunciar a suspensão do patrocínio da modalidade, em um acordo que já dura 23 anos, o ponta Murilo desabafou nesta sexta-feira, 12.
Em entrevista exclusiva à ESPN Brasil, o ponta do Sesi disse que os atletas do vôlei foram traídos por Ary Graça, ex-presidente da CBV e atual mandatário da FIVB (Federação Internacional de Voleibol) e cogitou até mesmo um boicote dos principais jogadores do país à seleção brasileira.
“Dá uma sensação de traição, porque, querendo ou não, os resultados que conquistamos nos últimos 15 anos ajudaram a colocar essa pessoa (Graça) como presidente da Federação Internacional. Eu e os outros jogadores temos o sentimento de que fomos traídos, porque dedicamos nosso tempo, nosso suor, nossos joelhos, ombros e tornozelos por essa pessoa, mas, infelizmente, fomos traídos”, disparou.
“Ainda não tocamos no assunto (boicote), vamos esperar… Confio que a nova gestão da CBV possa, aliás, deve fazer alguma coisa. Devem se pronunciar diante das câmeras e dizer quais atitudes serão tomadas. Mas, pessoalmente, não descarto a possibilidade. Se nada for feito, um boicote à seleção pode ajudar a pressionar”, completou.
Murilo também voltou a cobrar punição aos dirigentes que tiveram os nomes revelados pelo “Dossiê Vôlei” e comentou o fim do patrocínio do Banco do Brasil ao vôlei. O banco condiciona a volta do pagamento do patrocínio ao cumprimento das recomendações feitas pela Controladoria Geral da União.
“Chega de desculpas, de enrolação. Todas as denúncias foram comprovadas na auditoria, e estamos cansados de ler notas oficias. A gente espera que a nova gestão da CBV cumpra seu papel e faça o que foi solicitado pela auditoria: puna os envolvidos e consiga o ressarcimento do dinheiro”, afirmou o ponta.