O acidente de Michael Schumacher em uma estação de esqui em Meribel, na França, completou um ano nesta segunda-feira, 29, marcado por poucas informações, concentradas pela família do piloto, e muitas especulações de jornais e especialistas em torno do real estado de saúde do heptacampeão ao longo desse tempo.
Enquanto esquiava com seu filho, Schumacher bateu a cabeça numa pedra e, enviado ao Hospital Universitário de Grenoble, na França, entrou em coma, correndo risco de morte. O piloto sofreu traumatismo craniano, edema cerebral e precisou de uma intervenção cirúrgica na cabeça. “Estado crítico, porém estável” foi a frase comum em seus boletins médicos dos primeiros dias.
Desde o início, a família do piloto pediu privacidade e indicou que não daria muitos detalhes sobre sua recuperação. O assédio da imprensa – um jornalista até se disfarçou de padre para tentar entrar no quarto do ex-piloto – fez com que a família reforçasse esse pedido enquanto ele era atendido em Grenoble.
Sem notícias oficiais, a imprensa mundial recorreu a médicos e especialistas para especular sobre as possíveis sequelas que o alemão teria após as cirurgias. As circunstâncias do acidente também viraram alvo de boataria, apontando que ele teria socorrido uma criança fora da pista, ou que estaria em alta velocidade, ou que a câmera acoplada em seu acidente teria agravado as lesões.
A investigação oficial, da promotoria francesa, apontou, ainda em fevereiro, que Schumacher estava em velocidade “normal para um esquiador experiente”, descartando que ele estivesse rápido demais. O processo acabou arquivado, sem responsabilizar alguém pelo acidente.
Nesse meio tempo, o americano Gary Hartstein, que foi médico-chefe da Fórmula 1 entre 2005 e 2012, resumiu o caso dizendo que a falta de notícias poderia servir como “chance para começarmos a nos despedir dele”, o que aumentou as especulações sobre o estado de saúde de Schumacher.
Outro que contribuiu para isso foi o ex-piloto Philippe Streiff, que ficou paraplégico em um acidente em Jacarepaguá, em um teste da F1 em 1989. Em novembro, o francês afirmou ter visitado o alemão no hospital e disse que ele estava paralisado em uma cadeira de rodas e tinha problemas e memória.
Em uma entrevista divulgada em dezembro pelo jornal “Le Figaro”, Streiff disse também que Schumacher ainda não recuperou a fala, se comunicando com os olhos, mas que “reconhece pessoas queridas, como sua esposa e os filhos”. “Por isso ele foi trazido para casa, porque é provável que, em um ambiente familiar, possa recuperar a memória muito mais rápido”, acrescentou.
ASSESSORIA – Empresária e porta-voz de Michael Schumacher, Sabine Kehm falou sobre o estado de saúde do heptacampeão mundial de Fórmula 1. A agente afirmou não ser possível dizer em quanto tempo o ex-piloto estará plenamente recuperado e que ele enfrenta uma “longa e difícil reabilitação”.
“A única coisa que posso dizer é que a família está muito feliz e tocada pelas simpáticas mensagens. Acredito que essa energia positiva faz bem a eles. Apreciamos o apoio vindo de todo o mundo”, disse Kehm.