“Bom dia. Tudo bem. Obrigada. Beleza.” Meio acanhada, Nancy Kipron revela aos poucos as palavras que aprendeu em português. A queniana fica tímida em frente a câmeras, microfones e gravadores, mas se sente à vontade nas corridas de rua do Brasil, principalmente na São Silvestre. Ano após ano, ela figura entre as favoritas e conseguiu seu título na edição de 2013 da tradicional prova de 15km de São Paulo. Nesta quarta-feira, 31, Nancy espera que seus anos de treinamento no interior do Paraná possam fazer a diferença para ela levá-la mais uma vez ao topo do pódio.
“Sou um pouco brasileira sim. O Brasil é muito parecido com a minha terra, o Quênia. A comida e o clima são mais ou menos os mesmos. Estou completamente adaptada. Eu morei no Brasil por quase seis anos, entre idas e vindas. Mas eu não sei português de verdade. É uma língua difícil para mim. Sei apenas um pouco”, disse Nancy.
A atual campeã trouxe consigo dois torcedores especiais, direto do Quênia. A filha Victoria, de apenas cinco anos, não desgruda da mãe corredora, que conta com o apoio do marido Joseph para cuidar da garota em São Paulo. Favorita ao título da São Silvestre, Nancy sabe que precisará de um grande suporte para conseguir o bi, afinal a corrida desta quarta-feira contará com a presença de fortes concorrentes. O páreo maior é com as compatriotas Maurine Kipchumba (campeã de 2012) e Priscah Jeptoo (campeão de 2011, prata na maratona do Mundial de 2011 e também prata na maratona das Olimpíadas de Londres, em 2012). Também estão no páreo as brasileiras Sueli Pereira da Silva, Cruz Nonata e Joziane Cardoso.
“Meu objetivo é manter o título. Eu acredito que este ano nós temos a competição mais forte de todos os tempos. Estou bem animada. Isso torna a prova ainda mais emocionante. Vou tentar o meu melhor”, disse a queniana.