Enderson Moreira não é mais técnico do Santos.  Apesar da boa fase do time em campo (o Peixe lidera o Grupo 4 do Paulistão), o treinador vinha irritando a diretoria, principalmente por manter na reserva alguns jogadores da base, como o atacante Gabriel.

A maneira como Enderson se dirigia aos garotos irritava a diretoria. Era consenso no clube que o técnico cobrava demais e chegava até a ser desrespeitoso com alguns dos mais jovens do elenco.
O presidente do clube, Modesto Roma, convocou uma entrevista coletiva no centro de imprensa da Vila Belmiro para a tarde de ontem.
A postura do treinador com os garotos também incomodava membros da comissão técnica santista. Os jogadores mais experientes do elenco, porém, vinham minimizando as confusões no vestiário e tentando garantir a permanência de Enderson Moreira, já que o time tem jogado bem.
A gota d’água, porém, aconteceu no treino de ontem, com uma bronca no zagueiro Gustavo Henrique. A informação que chegou ao comando do clube é de que a cobrança do treinador foi desmedida. Desde o ano passado, aliás, o comentário nos bastidores era de que “não havia clima” entre Enderson e os jogadores formados na base.
Ainda no mesmo treino, Enderson deu diversas outras broncas. Geuvânio também foi alvo. Num determinado lance, o garoto dominou uma bola, e o treinador parou a atividade para avisar que era para tocar de primeira, aos berros. Alguns atletas mais experientes chegaram a pedir “calma” ao comandante. O atacante Robinho, ao ser avisado sobre a demissão, foi o responsável por avisar o elenco em um grupo no WhatsApp. Muitos comemoraram.
Em off, jogadores relataram que, mesmo depois de vitórias e com a boa campanha no Campeonato Paulista, Enderson não economizava nas broncas no vestiário. Isso estava irritando a todos. Enderson, que substituiu Oswaldo de Oliveira durante a temporada passada, treinou o Santos em 30 partidas, com 16 vitórias, cinco empates e nove derrotas.