O Brasil realmente é um país de contradições. Nesta sexta feira passada, dia 24/04, Alexandre Fernandes, conhecido atleta paralímpico dracenense e medalhista parapan-americano em Guadalajara/México em 2011 recebeu do Comite Paralímpico Brasileiro um ligação para que assinasse a ficha de cadastramento e inscrição para os Jogos Parapan-Americanos do Canadá, que deverá acontecer de 7 a 15 de agosto na cidade de Toronto.
O que realmente chama a atenção é o fato de que o paranadador não vem disputando o Circuito Brasileiro desde o ano passado, ou seja, não mais se encontra no nível que atingiu no auge de sua carreira e, portanto não está entre os melhores do mundo, mas os seus tempos anteriores continuam entre os melhores das Américas.
Esta situação coloca em evidência também, o fato de que neste país, tudo funciona ao contrário, pois o medalhista de Guadalajara em 2011 deveria ter recebido apoio incondicional para continuar seus treinamentos, visando uma medalha de prata ou ouro, tanto do CPB como da municipalidade. Alexandre hoje é um bancário, porque as opções que se abriam mesmo com o recebimento à época do Bolsa Atleta seria insuficiente para se manter apenas treinando, como um verdadeiro atleta de alto nível faz. Agora, o dinheiro para a construção das instalações recebem aditivos a toda hora, e com certeza vai se repetir as cenas da Copa do Mundo, ou seja, instalações sendo entregues sem estarem completas juntamente com o chamado legado que mais uma vez fica para trás, mas mesmo assim o dinheiro é recebido pelas empreiteiras.
Este episódio retrata bem a dificuldade dos talentos brasileiros que são desperdiçados a todo momento, e no caso não é somente nos paralímpicos, mas de maneira geral. Os governantes quando em campanha dizem que seus projetos serão diferentes dos demais, mas há mais de 30 anos nesta área, pouca coisa mudou em todos os âmbitos, seja municipal, estadual e federal.
Triste realidade de um país que almeja ser uma potência esportiva, se nem o básico é oferecido.