Nesta quarta-feira (4), a Vigilância Epidemiológica Municipal (VEM) confirmou dois casos de sarampo contraídos em Presidente Prudente. Estes são os primeiros registros autóctones da doença na capital do Oeste Paulista.
Além dos dois casos autóctones, outro registro importado – ou seja, contraído em outra cidade – foi divulgado pelo órgão. Agora, Prudente contabiliza cinco confirmações de sarampo neste ano.
Entre os três novos positivos, há o primeiro caso diagnosticado em uma criança. Trata-se de uma catalogação importada, também de São Paulo, que acometeu uma menina de 1 ano e 11 meses, moradora do Residencial Anita Tiezzi.
“Não tinha nenhuma dose da vacina e, nesta idade, o recomendado seria que ela tivesse as duas doses [uma vez que a dose deve ser tomada aos 12 e aos 15 meses de idade]”, informa a supervisora da VEM, Elaine bertacco.
Os casos autóctones, ou seja, contraídos em Prudente, foram confirmados em mulheres, de 24 e 26 anos, que residem na Vila Liberdade e no Jardim Itaipu.
Além disso, a VEM informa que nove catalogações aguardam resultado no Instituto Adolpho Lutz e outros três já apontaram negativo para doença. Ou seja, até o momento, entre suspeitos, positivos e negativos, Prudente contabiliza 17 catalogações.
“O bloqueio vacinal nas pessoas de convívio próximo às acometidas pela doença já foi realizado, que é efetuado sempre quando há um caso suspeito”, explica.
Elaine comunica ainda que está agilizando o início da varredura, cujo trabalho consiste na verificação da carteira de vacinação e na busca ativa por novos casos. “Este é promovido em um raio de cinco quadras da residência do munícipe que contraiu o sarampo”, fala.
Casos em Prudente
Além dos três divulgados, outros dois importados já foram registrados, ambos vindos de São Paulo, nos dias 23 e 30 de agosto. O primeiro acometeu um morador da Vila Aurélio de 30 anos, e o segundo uma gestante de 28 anos que reside no Brasil Novo.
Sobre a doença
Causado por um vírus, o sarampo é uma doença infecciosa grave, que pode levar à morte. A transmissão ocorre por via aérea, ou seja, quando a pessoa infectada tosse, fala ou respira próximo de outras pessoas.
Mesmo quando o paciente não vai a óbito, há possibilidade de a infecção ocasionar sequelas irreversíveis. Quando a doença ocorre na infância, o doente pode desenvolver pneumonia, encefalite aguda e otite média aguda, que pode gerar perda auditiva permanente.
Os sintomas do sarampo são febre acompanhada de tosse, irritação nos olhos, coriza (nariz escorrendo ou entupido) e mal-estar intenso. Quando o quadro completa de três a cinco dias, podem aparecer manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas do paciente.
A prevenção ao sarampo, feita por meio da vacinação, é fundamental, já que não há tratamento para a doença. O tipo da vacina varia conforme a idade da pessoa que irá tomá-la e a situação epidemiológica da região onde vive, ou seja, é necessário levar em conta a incidência da doença no local.
Quando há um surto, por exemplo, a dose aplicada pode ser do tipo dupla viral, que protege contra sarampo e rubéola.
Há, ainda, as variedades tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela, mais conhecida como catapora). As vacinas estão disponíveis em unidades públicas e privadas de vacinação.
Vacinação
Como prioridade, o governo federal estabeleceu a vacinação de todas as crianças com idade entre 6 meses e 11 meses e 29 dias, grupo em que a doença pode, facilmente, se tornar letal. Nesse caso, é aplicada a chamada dose zero.
Outra recomendação é que, ao completar 1 ano de idade, as crianças recebam a primeira dose. A segunda dose, a última a ser tomada por toda a vida, é aplicada aos 15 meses de idade.