Juvenal Juvêncio, ex-presidente do São Paulo, morreu na manhã desta quarta-feira, em decorrência de um câncer de próstata. Vaidoso, ele não revelava a idade, que acabou sendo confirmada apenas na nota de pesar emitida pelo clube em seu site oficial: 81 anos. Juvenal estava internado desde o fim de semana no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
Ele teve dois períodos como presidente do São Paulo – o primeiro entre 1988 e 1990 e o segundo de 2006 a 2014, com três mandatos consecutivos. Ele fez parte da diretoria comandada por Marcelo Portugal Gouvêa quando o clube foi campeão da Libertadores e do Mundial de Clubes pela terceira vez (2005). No ano seguinte, já como presidente, emendou três títulos seguidos do Brasileirão, todos com Muricy Ramalho como treinador. Já no último mandato, porém, conquistou apenas a Copa Sul-Americana de 2012 e viu a dívida do clube crescer.
Em 2011, Juvenal alterou o estatuto do São Paulo para ficar por mais um mandato à frente do clube, o terceiro consecutivo. A manobra jurídica foi conduzida por Carlos Miguel Aidar, que havia lançado Juvenal ao cargo de diretor de futebol em sua primeira passagem pela presidência, nos anos 80. Aidar sucedeu Juvenal em 2014 e, pouco tempo depois, ambos se tornaram inimigos. Aidar demitiu Juvenal do cargo de diretor do futebol de base, e Juvenal estipulou como meta de vida derrubar Aidar do poder. Quando isso aconteceu, em outubro, ele disse a pessoas próximas que poderia “descansar em paz”.
Nos últimos meses, mesmo muito doente e entre idas e vindas do hospital, Juvenal continuava sendo informado sobre o dia a dia do São Paulo. Sua última “aparição” pública foi na semana passada, com uma mensagem de áudio executada durante homenagem a Luis Fabiano, a quem contratou em 2011 do Sevilla e que acaba de se transferir para o Tianjin Songjiang, da China.