Graças às investigações feitas pela Polícia Civil que esclareceu e descobriu a aquisição e emissão de carteiras de habilitação com inserção de dados falsos, em Dracena, quando quatro homens foram presos por serem os mentores da ação criminosa, o Ministério Público e o Poder Judiciário já conseguiram realizar 81 acordos de não persecução penal com pessoas apontadas como beneficiadas. Esses acordos firmados já renderam R$ 534.500,00 que serão pagos e repassados as entidades da cidade que serão beneficiadas. A informação é do promotor de justiça Rufino Eduardo Galindo Campos, de Dracena. Ele disse que esse valor total dos acordos ainda não está depositado, porque será pago de 10 a 14 parcelas, a partir do mês de março. Segundo o promotor, o valor maior do dinheiro estará depositado no final deste ano quando a maioria dos parcelamentos será encerrada.
O promotor Rufino explicou que as ações dependem de homologação judicial e que foi distribuída boa parte do montante arrecadado em 2019, pelo juiz de direito Marcus Frazão Frota, repassando o dinheiro às entidades beneficentes cadastradas.
De acordo com o promotor Rufino, o acordo é justamente para que as pessoas não sejam denunciadas, porque praticaram, ao menos em tese, o crime de falsidade ideológica (artigo 299 do Código Penal) e faltam ainda analisar aproximadamente 40 casos.
A Operação Dedo Podre desencadeada pela Polícia Civil de Dracena, através da DIG que trabalhou cerca de um ano e meio em diligências, investigou e desmontou associação criminosa, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica e de inserção de dados falsos em sistema de informação, relacionadas às transferências de pontos e renovação de carteiras de habitação (CNHs) de forma ilegal. Ainda apontou 191 pessoas envolvidas que teriam adquirido o documento.
No ano passado, essa operação prendeu quatro homens acusados de serem os mentores envolvidos no esquema em Dracena, Ilha Solteira e Selvíria, no Mato Grosso do Sul.