Mesmo com um eficiente exame para detecção precoce e o alto índice de cura, o câncer do colo do útero é o quarto tipo mais comum entre as brasileiras. Para alertar a população, no mês em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher (8/março), a saúde feminina é destaque na campanha nacional Março Lilás contra a doença.

Para a oncoginecologista do Hospital Amaral Carvalho (HAC), Lenira Queiroz Mauad, a iniciativa é muito importante, pois estimula as mulheres a comemorarem seu dia conscientes sobre a prevenção. “O câncer do colo foi o primeiro tipo de câncer com um rastreamento bem definido, através da realização do exame citológico, o Papanicolaou. As chances de extinguir esse tumor são altíssimas, uma vez que ele pode ser facilmente detectado em fase pré-invasora, quando as chances de cura de 100% na maioria das vezes”, destaca.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima 16.590 novos casos de câncer do colo do útero no Brasil, neste ano. Lenira ressalta que a prevenção e detecção em estágio inicial são as ferramentas mais importantes no combate à doença. “A principal causa desse tumor é a infecção por alguns tipos do papilomavírus (HPV), transmitido por relações sexuais e que pode provocar alterações que evoluem para o câncer”.

A médica orienta que mulheres com vida sexual ativa e que têm mais de 25 anos devem fazer o Papanicolaou periodicamente. Após dois exames com resultados normais, a coleta pode ser espaçada com o intervalo máximo de três anos.

Vacina

Desde 2014, o Ministério da Saúde do Brasil incentiva a prevenção já na infância, disponibilizando no sistema público a vacina contra o HPV para meninas (de 9 a 14 anos) e para meninos (de 11 a 14 anos). A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu como meta até 2030 vacinar 80% dos adolescentes em todo o mundo, dentro do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Câncer do Colo do Útero.