O Estado de São Paulo bateu um recorde histórico de imunização contra a gripe: mais de 2,3 milhões de pessoas foram vacinadas em apenas 4 dias. Isso representa uma média diária de 598 mil aplicações, indicando um aumento de três vezes na procura pelos grupos prioritários.
Entre os dias 23 e 26 de março, foram aplicadas doses em 350,3 mil trabalhadores de saúde (25,8%) e 2 milhões de idosos (42%). Coberturas vacinais similares só foram alcançadas entre esses dois grupos duas semanas depois da etapa destinada a eles, no ano passado.
Em 2019, a campanha foi disponibilizada para esses grupos no dia 22 de abril. Quatro dias depois, as coberturas vacinais eram de 8,5% entre profissionais de saúde (117,3 mil vacinados) e 14,3% dos idosos (692,5 mil).
Neste ano, idosos e trabalhadores entraram na primeira etapa de imunização para intensificar a prevenção de doenças respiratórias, no contexto de enfrentamento ao novo Coronavírus. Além disso, a partir de 30 de março serão imunizados profissionais das forças de segurança e salvamento, com antecipação em duas semanas para esse público.
“É fundamental garantir a prevenção dos profissionais de saúde que estão na linha de frente da assistência, assim como os que trabalham na área de segurança e salvamento e estão em contato direto com a população; além disso, precisamos proteger os idosos, mais vulneráveis a complicações pela gripe e também à COVID-19”, explica a diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica, Helena Sato, que ocupa também a posição de coordenadora substituta do Centro de Contingência de Coronavírus.
O início da campanha em 2020 foi antecipado em três semanas, graças à agilidade do Instituto Butantan, que entrega ao Brasil 75 milhões de doses da vacina. São 10 milhões de doses a mais do que as fornecidas ao país, no ano passado.
“A vacina irá prevenir a população alvo contra o vírus Influenza de três tipos e é fundamental para evitar complicações decorrentes da gripe, otites e sinusites. É indispensável que as pessoas respeitem as etapas para que não haja aglomerações nos postos, evitando a transmissão de doenças respiratórias, como a COVID-19 e a própria gripe”, reforça a diretora de Imunização da Secretaria, Nubia Araujo.
“A vacina não provoca gripe em quem tomar a dose, já que é composta apenas de fragmentos do vírus que causam a devida proteção, mas são incapazes de causar a doença”, explica.
As doses produzidas pelo Butantan nesse ano são constituídas por três cepas de Influenza: A/Brisbane/02/2018 (H1N1)pdm09; A/South Austrália/34/2019 (H3N2); e B/Washington/02/2019 (linhagem B/Victoria).
Coronavírus
A vacina contra a gripe não imuniza contra o novo coronavírus, mas a campanha é fundamental para reduzir o número de pessoas com sintomas respiratórios nos próximos meses. “Além de proteger a população contra a Influenza, queremos minimizar o impacto sobre os serviços de saúde em meio a pandemia de COVID-19, já que os sintomas destas doenças são semelhantes”, diz o Secretario de Estado da Saúde, José Henrique Germann.
A orientação aos profissionais que trabalharão na campanha é para que haja organização da fila e do ambiente. Deverá ser feita uma triagem com identificação de sintomático respiratório – presença de febre, tosse, coriza e falta de ar. Se a pessoa tiver febre ou mau estado geral, deverá ser colocada máscara no paciente e adiada a vacina, com orientação para ida a um serviço de saúde. Máscaras também deverão ser colocadas naqueles que tiverem tosse ou coriza, mas nesses casos a dose poderá ser aplicada, e ainda assim a pessoa será orientada para procurar um serviço de saúde.
As equipes deverão anotar as doses aplicadas, com mesas e distanciamento de pelo menos 1 metro entre o anotador e paciente. Cada profissional deverá usar caneta própria e álcool deverá ficar disponível para uso. O vacinador não precisa utilizar luvas nem máscara cirúrgica, apenas seguir as normas de higienização.
Etapas da campanha de 2020
Etapa 1: a partir de 23 de março, para idosos acima de 60 anos e trabalhadores da saúde;
*Antecipação de forças de segurança e salvamento, a partir de 30 de março.
Etapa 2: a partir de 16 de abril para professores, portadores de doenças crônicas, comorbidades e outras condições clínicas especiais;
Etapa 3: a partir de 9 de maio, para crianças com idade maior que 6 meses e menor que 6 anos, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), e outros;
Dia de D: 9 de maio, para todos os grupos do público-alvo, incluindo pessoas acima de 55 anos.