Um ramo da economia que depende exclusivamente das aulas em escolas, creches e universidades é o de transporte escolar. Com a suspensão das aulas em todos os níveis após a pandemia, muitos deles ficaram sem fonte de renda alguma durante este período.

O casal Daniel José Nogueira da Cruz e Daniela Gonçalves está a sete anos juntos neste ramo. Unidos, sentiram na pele os efeitos da falta do trabalho que era o ganha pão da família.

Daniel disse que eles dependem exclusivamente da renda dessa prestação de serviços. “Desde o começo da pandemia estamos parados. Isso é nosso único sustento”, disse ele.

Perguntado sobre os percalços financeiros deste momento, Daniel explicou como lidou com a situação no começo da crise. “Recebemos dos nossos clientes o valor integral da mensalidade até o mês de abril. Depois disso ficou difícil cobrar, pois está complicado para todos. Estamos vivendo com dinheiro de economias que estávamos fazendo. Aliás, não sabemos o dia de amanhã né”, disse o autônomo.

Daniel disse que só agora, neste último mês recorreram ao auxílio emergencial ofertado pelo Governo Federal. Outro fator importante para conseguir viver durante a pandemia foi a compreensão dos pais de alunos que eles transportavam. “Eles nos ligaram preocupados, pois sabem que também temos um filho e dependemos do transporte. Pagaram a mensalidade de maio, mas tenho certeza que muitos outros também pagariam normalmente. Porém, neste momento, estão sem condições igual a gente. Só tenho a agradecer a Deus e aos meus clientes que são maravilhosos”, ressaltou.

Sobre o futuro, Daniel é bem consciente da situação sanitária que estamos vivendo. “Fomos os primeiros a parar e temos consciência que seremos os últimos a voltar. Isso é muito preocupante, porque dependemos disso. Contudo, entendemos que o certo é voltar quando tudo se normalizar”, finalizou.

Van utilizada pelo casal para trabalhar com o transporte de alunos (Arquivo Pessoal)