Após um longo período de paralisação e de certa reinvenção nos métodos de vendas, o comércio local voltou a funcionar com o atendimento presencial.
Ao fim da primeira semana e concidentemente no quinto dia útil do mês de junho, a equipe do Jornal Regional percorreu ontem, 5, as ruas do Centro de Dracena e conversou com lojistas e consumidores que faziam compras.
O balanço, segundo os lojistas ouvidos pela reportagem foi positivo. Todos os estabelecimentos visitados seguiam as devidas recomendações. Algumas lojas contavam com filas nas portas, seguindo a norma de funcionamento limitado.
A vendedora Renata Araújo contou como foi a movimentação na loja em que ela trabalha. “A chegada do inverno veio junto com a reabertura. Notei que a procura presencial foi boa, apesar de tudo. Mas as pessoas ainda estão evitando tantas compras”, explicou.
Segundo ela, os consumidores estão bem conscientes das mudanças de comportamento devido à pandemia. “Percebi que muitos deles saíram de casa mais para passear e ver o movimento das ruas do que realmente para comprar. Mas todos seguem as orientações corretamente”, disse Araújo.
Leonardo Martins, vendedor de uma loja de eletrônicos disse que apesar do período em que a loja passou parada, as outras formas de vendas mantiveram bons números. “As vendas delivery ou online já estavam indo bem. Notei que presencialmente também está voltando para um ritmo legal”, disse.
Para Martins, o futuro ainda será de dificuldades. “Acho que para muita gente esse ano foi um ano perdido. Acredito que vai demorar bastante para tudo voltar ao normal, como era antes”, ressaltou o vendedor.
Paula Fabiane, gerente de uma loja de roupas disse que se surpreendeu com o movimento desta sexta-feira. “Hoje está muito movimentado. As pessoas estão vindo mais para as lojas. Acredito que voltou a funcionar, mas não voltou como era antes da pandemia”, disse ela.
De acordo com Fabiane, os modos de vendas anteriores seguem funcionando bem. “As vendas no condicional e no online seguem fluindo muito bem. Acho que as pessoas ainda estão tentando se segurar em casa de alguma forma, então essas vendas seguirão normalmente”, explicou.
Outro fator importante para ela é que as pessoas que vendem presencialmente terão dificuldades. “Os quadros de funcionários foram reduzidos, então muitas vezes não será possível dar a devida atenção para os clientes. Vai ser preciso ainda se adaptar um pouco”, concluiu Fabiane.
Já Roberto Teodoro, que estava comprando uma caixa de som portátil disse que nessa primeira semana recorreu às lojas mais de uma vez. “Vim sim durante a semana dar uma passeada. A gente se cuida, mas quando precisamos sair para comprar ou pagar algo, temos que ir”, disse o aposentado que estava aproveitando o quinto dia útil para também pagar algumas contas.
Para ele, as lojas não deveriam nem ter sido fechadas. “O que percebo é que as aglomerações não estão nas lojas, mas nos bancos e lotéricas. Fico pensando nas lojas pequenas, que entram dois ou três consumidores por dia terem que fechar as portas. Acredito que não deveria ter sido feito desta forma, muitos tomaram prejuízo”, finalizou.
Associação Comercial
A ACE (Associação Comercial e Empresarial), através do presidente Luis Carlos Scaliante vem acompanhando como seus associados estão lidando com as novas normas.
“Estou percorrendo as ruas, vendo se os comerciantes estão seguindo tudo de forma correta, a higienização, os horários de funcionamento, uso das máscaras. A gente está muito feliz e ao mesmo tempo sabemos que teremos que ter muita cautela nesta volta. A pandemia ainda não acabou”, disse Scaliante.
Segundo ele, a motivação é geral. “Os comerciantes estão motivados para esse recomeço. Mesmo que devagar, é um grande avanço para quem estava parado. Dracena é composta por comércios de pequeno e médio porte, então sofreram bastante neste período”, explicou.