O chefe do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, Carlos Carvalho, afirmou que a possibilidade de uma segunda onda da doença “existe e é real” em meio ao processo de abertura econômica do Estado. Ele apresentou projeções sobre números de novos casos ainda maiores do que a de 265 mil doentes divulgadas na semana passada. Agora, São Paulo espera ter até 290 mil pessoas com covid-19 até o fim do mês.
Por outro lado, a expectativa de novas mortes caiu de no máximo 22 mil para 18 mil, segundo Carvalho. As informações foram prestadas durante entrevista coletiva em que o governo paulista apresentou o balanço atualizado sobre a doença. Em 24 horas, o total de casos no Estado passou de 178.202 para 181.460 (3.258 novos casos registrados), um aumento de 1,8%.
Já o total de mortos passou de 10.694 para 10.767 – 73 novos óbitos registrados. “O número de casos vem aumentando porque estamos testando mais, mas o número de óbitos está caindo, mostrando que nós temos uma certa segurança para implementar as medidas que estão sendo implementadas”, disse Carvalho, ao comentar o avanço da doença.
Dessa forma, ele disse que houve a mudança nas projeções de casos e mortes. “Pelo modelo matemático, esperaríamos 20 mil (mortos) no final do mês. Para ter 20 mil no final do mês, teríamos de ter mil mortes por dia. E na última semana tivemos em média 250 mortes por dia”, disse.
Ao ser questionado sobre a variação do cenário diante do processo de abertura comercial do Estado, Carvalho admitiu que um novo pico da doença pode acontecer. Mas, se esse for o cenário, haveria espaço para que as restrições aumentassem.
“A possibilidade de um segundo pico existe e é real. Do mesmo jeito que a abertura em outras cidades do mundo foi monitorada e, quando essa tendência existe, você pode dar um passo atrás. Nosso comitê de saúde vem observando isso e estamos atentos para qualquer expectativa nesse sentido”, disse.
Ontem, a Organização Mundial da Saúde (OMS) manifestou preocupação com a onda de novos casos da covid-19 em Pequim, na China. Nesta segunda-feira, a entidade ligou o alerta de outros países que reduziram o contágio, pois um ressurgimento pode acontecer a qualquer momento.
Só entre os dias 7 e 13 de junho, 1.523 pessoas morreram pela covid-19 no Estado de São Paulo. Em um intervalo de quatro semanas, entre as duas últimas semanas de março e duas primeiras de abril, o total de mortos havia sido de 976.
Mesmo assim, técnicos do governo afirmaram ver uma desaceleração da pandemia no Estado, uma vez que, porcentualmente, o crescimento desta semana foi menor do que o da semana anterior: entre 31 e 6 de junho, o aumento em relação à semana anterior foi de 20,26%. Na semana entre 7 e 13 de junho, o aumento foi de 16,81%.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.