Nesta segunda-feira (13), a Secretaria de Estado da Habitação anunciou, em parceria com o Instituto Butantan e a prefeitura de São Paulo, o início do Programa de Testagem e Combate à Covid, um projeto piloto que vai testar para o novo coronavírus moradores que vivem em áreas de maior vulnerabilidade social no Estado. Inicialmente, serão aplicados 3,5 mil testes rápidos em moradores do bairro União de Vila Nova, que fica no distrito da Vila Jacuí, na zona leste da Capital. O governo do Estado estuda com as prefeituras sua expansão para outros pontos da capital e do interior.
A identificação das áreas foi feita pelo Mapa de Comportamento da Covid-19, uma ferramenta de georreferenciamento criada pela Secretaria da Habitação, a partir do cruzamento de dados socioeconômicos, epidemiológicos e territoriais para orientação e planejamento do programa de testagem.
“O corpo técnico da Secretaria de Habitação detém um amplo conhecimento de atuação social em territórios de alta vulnerabilidade. Toda essa experiência acumulada está sendo utilizada nesta parceria com o Instituto Butantan para articular a aplicação dos testes na União de Vila Nova, que inclusive já passou por um processo de reurbanização desenvolvido pela CDHU”, afirmou o secretário de Estado da Habitação, Flavio Amary. “Além da produção de moradia social, também compete à Secretaria garantir acesso à cidadania a residentes em áreas fragilizadas”, explicou.
Uma equipe multidisciplinar, com cerca de 100 pessoas, entre profissionais das secretarias de Saúde e Habitação, municipais e estaduais, do Instituto Butantan, além de técnicos sociais da CDHU estão fazendo o trabalho de conscientização e seleção dos moradores que passarão pelo exame na União de Vila Nova. Os testes rápidos serão aplicados nesta terça-feira (14) e quarta-feira (15). Quem tiver o diagnóstico positivo, será submetido ao PCR, para contraprova, entre os dias 16 e 17 de julho. Os moradores infectados pelo coronavírus serão encaminhados para a UBS da região.
A União de Vila Nova faz parte do Projeto Pantanal, desenvolvido pela CDHU, que abrange uma área de 980 mil m², onde foram atendidas mais de 8 mil famílias. Destas famílias, 3 mil foram reassentadas em novos empreendimentos e 5,3 mil foram beneficiadas com obras de urbanização. Paralelamente às obras, desde o início a Companhia realiza um trabalho técnico social permanente, formando agentes comunitários e promovendo cursos de capacitação profissional e projetos ambientais e de sustentabilidade da comunidade visando desenvolvimento do potencial crítico dos moradores.
Para iniciar o programa, a capital paulista foi escolhida por concentrar o maior número de pessoas em situação de vulnerabilidade social e vivendo em moradias precárias – cortiços, loteamentos irregulares e comunidades.
“As informações sintetizadas pelo Mapa de Comportamento da Covid-19 permitem identificar com precisão os locais de maior incidência de mortes pela doença e de pacientes internados por Síndrome Respiratória Aguda Grave que que testaram positivo para o novo coronavírus. A qualidade destas informações está orientando não apenas a aplicação deste programa de testagem, mas ações sociais de outras áreas do governo paulista”, explicou o secretário executivo da Habitação e coordenador do programa, Fernando Marangoni.
Mapa de Comportamento da Covid-19 – A Secretaria de Estado da Habitação compilou e cruzou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Fundação Seade, da secretaria de Desenvolvimento Urbano da Prefeitura de São Paulo, da CDHU e das secretarias de Saúde do Estado e dos municípios, para criar o Mapa de Comportamento da Covid-19. A ferramenta tem georreferenciados, além de dados epidemiológicos, com foco em óbitos e internações pela Covid-19, mais de 30 mil equipamentos públicos, municipais e estaduais. Contempla ainda assentamentos precários como cortiços, comunidades e loteamentos irregulares. O Mapa tem precisão de 99% e capacidade para delimitar residências e equipamentos num raio de 1 km quadrado.
O Mapa de Comportamento da Covid-19 é referência para aplicação em diversos programas e finalidades. Com o uso da ferramenta, a Secretaria da Pessoa com Deficiência do Estado conseguiu identificar os distritos da capital com maior quantidade de pessoas com deficiência em situação de alta vulnerabilidade social. Para essas cerca de 7,7 mil pessoas, a secretaria distribuirá kits com cestas básicas e de higiene pessoal.