O secretário da Educação, Rossieli Soares, apresentou na manhã desta quinta-feira (23) o Centro de Mídias SP, estratégia adotada pelo Governo de São Paulo para garantir aulas aos estudantes da rede estadual no período de distanciamento social, em um webinário da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Participaram ainda do encontro online Andreas Schleicher, diretor de educação da OCDE, Fernando M. Reimers, professor da Fundação Ford e Lucia Dellagnelo, diretora-presidente do Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB).
Rossieli Soares relembrou que o anúncio sobre a suspensão das aulas presenciais ocorreu no dia 13 de março, após a constatação da transmissão comunitária do coronavírus. Mas que, na ocasião, as escolas ainda permaneceram abertas por uma semana, para que os responsáveis pelas crianças pudessem se programar.
“Havia uma resistência grande à educação mediada por tecnologia. Mas começamos a olhar para uma solução que não fosse só para o período da pandemia, pois nossa perspectiva era de que a suspensão duraria meses”, disse.
Inspirado pelo trabalho realizado no estado do Amazonas, onde ocupou o cargo de secretário da Educação, Rossieli Soares implementou em São Paulo, o Centro de Mídias SP. Trata-se de um conjunto de plataformas, composto por dois aplicativos e dois canais de TV abertos (TV Educação e TV Univesp) que transmitem aulas ao vivo para diferentes ciclos de ensino.
Soares lembrou que teve de lidar com o problema de falta de acesso à tecnologia, já que cerca de 800 mil alunos da rede estadual são de famílias classificadas na linha da pobreza ou abaixo dela. “Não bastava dizer: acesse a internet. Mas, por outro lado, sabíamos que mais 90% das pessoas tinham TV com canal aberto e um celular. Por isso, hoje pagamos a internet para que nossos estudantes acessem as aulas, mesmo com um celular pré-pago, e temos dois canais de TV transmitindo conteúdo.”