O presidente da Associação dos Assistentes Agropecuários do Estado de São Paulo, (AGROESP), com sede em Campinas, Sérgio Diehl, falou a reportagem do Jornal Regional sobre a questão da modernização da Secretaria de Agricultura do Estado. Para ele, será um grande prejuízo para o trabalho desenvolvido.

A AGROESP é uma entidade jurídica de direito privado e sem fins lucrativos, que congrega profissionais de nível universitário conhecidos por Assistentes Agropecuários, lotados em três das quatro Coordenadorias da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo: Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável – CDRS;
Coordenadoria de Defesa Agropecuária – CDA;
Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios – CODEAGRO.

Está representada em todo o Estado, através de Polos vinculados a dez Sedes regionais localizadas nas cidades de Araçatuba, Bauru, Campinas, Marília, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, São Paulo, Sorocaba e Pindamonhangaba.

Segundo ele, desde que o governo João Doria assumiu e o secretário de Agricultura tomou posse na Secretaria de Agricultura, o primeiro ato foi a centralização dos orçamentos, tudo foi centralizado no gabinete do secretário. O segundo ato do secretário foi um decreto baixado por Doria, onde ele muda o nome da Cati para CDRS descaracterizando uma instituição que vem prestando serviço ao agronegócio, agricultura familiar e ao pequeno produtor a mais de 52 anos.

“A Cati tem o valor reconhecido pelo Banco Mundial, através do Programa de Microbacias Hidrográficas 1 e 2, sendo o 2 considerado o melhor programa do Banco Mundial nessa área. E essa entidade foi totalmente descaracteriza por este decreto, além disso, a Secretaria do Meio Ambiente foi apequenada, parte das atribuições dessa secretaria foi trazida para a Secretaria de Agricultura, todo o trabalho relativo a análise do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o trabalho dos projetos de readequação ambiental de propriedade vieram para a Secretaria de Agricultura, também a responsabilidade jurídica de questões ambientais ao CAR e ao PRA também vieram para a Agricultura, um órgão que não tem tradição de trabalhar nessas questões. Isso tudo causou um desconforto muito grande para a instituição, pois até os produtores rurais entenderem que essa CDRS é a antiga Cati vai demorar muito”.

Sérgio Diehl prosseguiu dizendo: “Isso vem causando um desconforto muito grande para os produtores e servidores, o que nos preocupa muito atualmente é o que ocorreu com a proposta de reestruturação da Secretaria de Agricultura, cuja ideia é do gabinete do secretário, a entidade de classe a qual eu represento não participou de nenhum processo de discussão sobre o assunto, apenas fomos chamados para tomar ciência do que estava sendo decidido. Na terça-feira fomos numa reunião com o secretário de Agricultura, e foi colocado por ele a estrutura que já está sendo definida pelo Governo para a Secretaria de Agricultura. Em relação às coordenadorias,  nas quais estão lotados os assistentes agropecuários, que são os que desempenham a atividade fim da secretaria, que são aqueles que fazem o corpo a corpo com o produtores, que levam as informações orientações aos produtores e que trazem os problemas para a secretaria, foram os mais afetados nesta reestruturação, pois ela tem uma estrutura muito pesada na atividade meio, na área administrativa e nas atividade de assessoramento e programação. A atividade fim é a que mais foi penalizada nessa reforma, porque as coordenadorias de defesa agropecuária e a Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável, a antiga Cati, são as que mais foram atingidas pelos cortes, porque a nova proposta apresentada pelo secretário terça- feira reduz o número de regionais da Cati e da Defesa que são 40 em cada uma, para 16 regionais para Defesa e 16 da Cati e extingue as casa de agriculturas porque conforme foi dito na reunião e cronograma não constaram mais no organograma da secretaria de agricultura”.

Sérgio Diehl disse que a realidade é que eles querem passar a atribuição de assistência técnica e extensão rural para os municípios e, por isso, a extinção das casas de agriculturas que vem prestando serviços aos agricultores a mais de 60 anos.

“Na realidade não sabemos como será a implementação desse trabalho, como funcionará, restam mais dúvidas do que certezas, mas o fato é que a partir do momento que não constem mais as casas de agricultura, nós entendemos que serão extintas, não sabemos se dentro de um ano ou dois.  Será a extinção do trabalho de extensão rural e assistência técnica no estado em prejuízo principalmente da agricultura familiar e dos pequenos produtores rurais”.

Sérgio Diehl terminou fazendo outra colocação em relação ao projeto de lei que o governo Doria mandou para a Assembleia Legislativa que prevê a extinção do Itesp e, segundo declaração do secretário, o trabalho do Itesp viria para a Cati. “Agora além do acumulo de funções da área ambiental e o trabalho com os assentados, a extinção das Casas de Agriculturas vai levantar muita dúvida em relação a esse trabalho. Então no nosso atendimento, vai ser muito difícil a continuidade dos trabalhos de assistência técnica aos assentados, aos pequenos produtores e a agricultura familiar”, concluiu.

Sérgio Diehl: presidente da Associação dos Assistentes Agropecuários do Estado de São Paulo, (AGROESP) (Reprodução/Internet)