Uma pesquisa realizada com 42.793 servidores de 19 órgãos públicos da União aponta que 45% destes trabalhadores gostariam de ter a opção de adotar o trabalho remoto em suas rotinas. O levantamento “Retorno Seguro ao Trabalho Presencial”, feito pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap) em parceria com o Banco Mundial e Ministério da Economia indicou que, mesmo após o retorno das atividades presenciais, a maioria dos servidores deseja ter a opção do trabalho remoto em tempo integral.

Entre as preocupações em relação ao retorno das atividades presenciais o medo de contrair o coronavírus no ambiente de trabalho e contaminar familiares se destaca como principal angústia dos trabalhadores. Em contrapartida, apenas 12% dos entrevistados se dizem confortáveis e preparados para retornar às atividades presenciais em tempo integral e 35% afirmam estar dispostos a retomar as rotinas de trabalho presencial em turnos alternados ou rotativos.

“A preferência pelo trabalho remoto é compreensível diante dos efeitos da pandemia que ainda impactam o dia a dia dos trabalhadores brasileiros”, comenta Thomas Carlsen, COO e co-fundador da mywork, startup especializada em controle de ponto online e gestão de Departamento Pessoal. “No entanto, vale ressaltar que  para adotar essa modalidade de trabalho remoto é necessário que as organizações consultem os funcionários para entender suas necessidades e adotem ferramentas específicas para a gestão das rotinas de trabalho”, avalia Carlsen.

Muitos especialistas em direito do trabalho apontam para a necessidade futura de uma regulamentação própria para a modalidade de trabalho remoto, de forma a preservar as relações trabalhistas, proteger o empregado e delimitar quais são as ações que os empregadores podem adotar para fazer a gestão de pessoas que, eventualmente, passarão a trabalhar de casa.