Problema recorrente em Dracena, os alagamentos causados pela chuva causam estragos e prejuízos em residências e em empresas pela cidade. A chuva que caiu na cidade na quarta-feira, 18, transformou a quinta-feira, 19, das empresas na Rua Ipiranga.
Edgard S. Duarte, proprietário de um estabelecimento no local reclama das condições da rua em dias de chuva. “O problema acontece desde 2014. Toda nova administração do município que entra a gente entra em contato, pede, solicita, fazemos de tudo para que esse problema seja resolvido e até agora nada. Já foi falado com a Prefeitura, vereadores, até com promotor, mas falta atitude”, disse ele.
O empresário falou que já chegou a ter prejuízo de mais de R$ 12 mil. Porém o dano psicológico e o transtorno causado é o principal problema enfrentado. “Já perdi mercadorias, móveis, mas o pior é como fica nossa cabeça no dia seguinte. Esse é o maior prejuízo, ver tudo molhando, estragando e acaba ficando dois, três dias arrebentados mentalmente. É inadmissível o que passamos, é humilhante. Os empresários, moradores do local”, ressaltou Duarte.
Segundo ele, todos os tipos de sujeira das galerias da cidade acabam parando ali. “Toda chuva alaga a rua. Chuvas curtas como a de quarta-feira já causam um prejuízo gigante. As bocas de lobo não comportam a água que vem”, explicou.
Já os irmãos Janderson e Jeferson de Souza Campos, proprietários de uma marcenaria disseram que os prejuízos podem chegar a R$ 4 mil. “Estávamos com parte de uma cozinha planejada já montada, chegamos ontem aqui para tentar recuperar algo, alguns produtos nossos estavam boiando pelo salão. Muitas vezes os clientes também não entendem, por mais que tenham razão. Podemos perder dias de trabalho e muito material por isso, já que as madeiras molhadas incham e não servem mais”, desabafaram eles.
Segundo eles, a água invadiu o barracão e chegou a acumular até 15 centímetros de altura. “O nosso barracão ainda está mais alto que o nível da rua. Molhou tudo que estava aqui, até a maquininha de cartão de crédito estava molhada. A rua vira um rio toda vez que existe chuva um pouco mais forte. Ontem estávamos montando um móvel no Palmeiras e viemos correndo para cá tentar salvar o que podíamos”, explicaram.
Além dos problemas com os produtos, os irmãos disseram que a sujeira causada é outro empecilho para enfrentar. “Suja tudo de barro e a rua fica imunda. Essa semana já é a terceira vez que alaga e acumula sujeira. A Prefeitura vez ou outra aparece para limpar a rua, mas até agora não vieram”, disse um dos irmãos.
Para Tabata Menegucci, proprietária de outra empresa instalada na Rua Ipiranga, o problema principal é a falta de suporte do poder público. “Deveria ser refeita toda a estrutura de galerias da rua. Aqui é como um funil, praticamente toda a água da cidade desce para cá. Para eles, uma obra por baixo da terra não chama a atenção, então não há necessidade de ser feito, pois a população não irá perceber. Mas a questão é estrutural”, afirmou.
Segundo ela, mesmo estando em um ponto mais alto na rua, já sofreu prejuízos também. “Já aconteceu de um caminhão da empresa cair dentro de um buraco na rua aberto pela chuva. Também já tivemos carros nossos boiando em dias de chuvas mais fortes. A gente se solidariza muito com nossos vizinhos, que muitas vezes perdem produtos que seriam comercializados”, concluiu a proprietária do local.