A 440 quilômetros de São Paulo, 19 onças salvas pela ONG APASS – Associação Protetora dos Animais Silvestres de Assis, vivem em um santuário com os cuidados adequados. Sem condições de voltar à natureza, exemplares de jaguatirica e onças pardas habitam em uma área que agora será revitalizada, a partir da construção de um solário. A iniciativa, que tem o apoio da Eixo SP Concessionária de Rodovias, é uma das ações que integram um acordo de cooperação para o tratamento da fauna silvestre acidentada na região.

O ambiente terá troncos para escalada, tanques para banho e enriquecimento ambiental. Um cenário semelhante ao habitat dos felinos. O CETRAS – Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres da Associação abriga onças com meses de vida, até idade mais avançada, de 14 anos. As mais novas perdem o vínculo com a natureza e, as mais velhas, apresentam sequelas permanentes que exigem cuidados em cativeiro.

O recinto em construção atende as normas do IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.

Fauna silvestre 

Em contrapartida, a APASS irá prestar apoio no atendimento a animais silvestres encontrados feridos em rodovias da região administradas pela Eixo SP. Quatro importantes corredores rodoviários estão neste contexto: a SP 331; SP 294 – Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros; SP 284 – Manílio Gobbi e a SP 425 – Assis Chateaubriand.

Além dos cuidados veterinários e reabilitação, a APASS será responsável pela reintrodução destes animais na natureza, sempre que possível. A ONG irá oferecer ainda treinamento teórico e prático às equipes operacionais da Concessionária e recebimento de animais mortos para aproveitamento em pesquisas científicas.

A Eixo SP também fará a doação de aparelho de anestesia inalatória, que será usado no centro cirúrgico, e irá direcionar recursos mensais para a manutenção da entidade.  “Esta parceria garante atendimento de excelência para os animais feridos, em um local que é referência. Além de qualidade de vida para os animais que não poderão retornar à natureza, mantidos na Instituição. A APASS desenvolve ainda um trabalho educativo por meio de visitas monitoradas para escolas, além de realizar a reprodução de várias espécies em cativeiro, preservando a perpetuação das mesmas”, afirma Gabriel Bispo da Silva, supervisor de Meio Ambiente da Eixo SP.

Preservação 

Aguinaldo Marinho de Godoy, gestor ambiental e presidente da APASS, explica que, da média de 150 animais tratados todos os meses na ONG, muitos são resgatados flagrantes de contrabando, feridos por atropelamento, queimaduras ou acidentes em canaviais.

São aves, mamíferos e répteis, com uma média de 30% de sobrevivência. Destes, 70% têm condições de reinserção na natureza. “Esta parceria com a Eixo SP é muito produtiva para conseguirmos proteger um maior número de animais que dependem de assistência médica, veterinária e biológica. Com mais recursos, reduzimos o tempo resposta no atendimento, o que reflete na preservação das espécies ameaçadas de extinção”, finaliza.

Lua, filhote de onça parda, vive no santuário (Cedida/Eixo SP)