Cuca disse na quarta-feira, após a derrota para o Internacional, que o time do Palmeiras em 2017 é mais fraco que o de 2016 por ter perdido Vitor Hugo, Moisés e Gabriel Jesus. Nesta sexta-feira, o técnico se explicou e falou em deixar a equipe atual mais forte que a do ano passado. Mas que o torcedor não espere por isso já no jogo contra o Atlético-MG, às 16h de domingo, no Allianz Parque.
Quando falei que o time desse ano é menos forte que o do ano passado não era crítica a ninguém, até porque estou muito contente com o elenco, mas é que nós vamos evoluir. Essa evolução vai fazer o time ficar melhor que o do ano passado, porque o elenco melhorou. De repente com os mesmos jogadores ou com um chegando. Não se trata de ser melhor ou pior, é um time diferente do que a gente tinha – declarou.
Cuca não sabe se conseguirá dar ao Palmeiras versão 2017 as mesmas virtudes daquele que foi campeão brasileiro. O fato de não ter um atleta com as características de Moisés, que se recupera de delicada cirurgia no joelho esquerdo e voltará só em agosto, na previsão mais otimista, é um dos motivos. Na visão do treinador, Felipe Melo é quem ocupa a vaga do camisa 10. O poder de marcação aumenta, a qualidade na saída de bola se mantém, mas a movimentação e a chegada no ataque diminuem muito.
“Eu tento montar o time à minha imagem, mas com respeito à característica do jogador. Então de repente vai sair uma equipe um pouco diferente (em relação ao ano passado), mas não é no dia que sai. Estou aqui há 15 dias e tem que ter paciência. Não comigo, mas com o elenco” comentou Cuca.
Uma outra diferença notável na comparação entre as duas equipes está no ataque. O centroavante em 2016 era Gabriel Jesus, atleta que tem todas as virtudes que Cuca aprecia para quem joga na posição: movimentação constante, inteligência para dar opção aos companheiros quando não está com a bola, velocidade, faro de gol e fôlego para incomodar a saída de bola rival.
Como Borja não está conseguindo preencher esses requisitos, Willian foi titular nos últimos dois jogos. Trata-se de uma solução paliativa, já que o treinador acredita que o camisa 29 pode render muito mais como um segundo atacante. Por isso, ele considera fundamental a contratação de um novo centroavante. Enquanto esta peça não chega, a solução é dar moral a quem está no clube.
“Tenho muita esperança que que o Borja, o Willian possam ser protagonistas como o Gabriel foi. É um caminho que eles têm de percorrer com paciência. O comparativo é grande, mas acredito muito neles” disse Cuca.
A mudança na defesa é a menos sentida, já que Vitor Hugo havia perdido a posição para Edu Dracena antes mesmo de ser vendido para a Fiorentina (ITA). Além disso, o clube acaba de contratar Juninho e Luan, jovens com potencial, para o setor.
A quarta diferença entre as duas formações, esta não citada por Cuca em sua entrevista de quarta-feira, está na presença de Guerra como armador. No ano passado, essa função era de Cleiton Xavier, hoje no Vitória. Quando os jogos eram fora de casa, o time era armado sem um “camisa 10” de ofício, com Thiago Santos ao lado de Tchê Tchê e Moisés no meio.
Foi mais ou menos o que Cuca tentou fazer contra o Internacional, quando o setor foi composto por Felipe Melo mais recuado, Tchê Tchê e Jean. Este último porém, não foi bem em função parecida com aquela de Moisés.