O ano de 1987 foi histórico na carreira de Ayrton Senna. O motivo? Foi nessa temporada que o brasileiro venceu pela primeira vez o GP de Mônaco, guiando a tradicional Lotus amarela com patrocínio da marca de cigarros Camel. Aquele foi o triunfo que inaugurou o reinado do brasileiro no Principado, onde ele venceria mais cinco vezes, tornando-se o piloto com o maior número de troféus de primeiro lugar em Monte Carlo.
Lewis Hamilton tinha apenas dois anos de idade, e sequer fazia ideia que um dia seria piloto de competição, muito menos que viria a igualar, e até bater recordes do tricampeão mundial. No último final de semana, entretanto, as histórias dos dois personagens se encontraram na pista de Montreal, onde foi realizada a sétima etapa do calendário da Fórmula 1. O inglês marcou a pole position para o GP do Canadá, a 65ª da carreira, e se equiparou à impressionante marca de Senna.
Levado à pista após o treino classificatório, Hamilton foi surpreendido por um presente enviado pela família do ícone brasileiro: um capacete de Ayrton, pintado com as cores e patrocínios usados na temporada de 1987. Fã declarado de Senna, o piloto da Mercedes se emocionou, reverenciou o ídolo e não largou mais a peça, levando-a até a sala de imprensa, onde deu entrevistas para os jornalistas sobre o feito histórico.
A repercussão da ação, idealizada pela assessoria de imprensa do Instituto Ayrton Senna, foi enorme, porém, uma dúvida se instaurou na cabeça dos fãs da Fórmula 1: seria aquele, como anunciado, um capacete usado por Ayrton em corrida? Chegou-se a especular na imprensa internacional que a peça dada seria uma réplica, e que a original seria entregue em Mônaco, onde Hamilton reside atualmente.
Em visita à sede do Instituto Ayrton Senna em São Paulo, a reportagem do GloboEsporte.com esclareceu o ocorrido. Segundo a assessoria de imprensa, o capacete dado ao inglês é original da época em que Ayrton era vivo, porém, nunca foi usado pelo brasileiro em uma corrida. Bianca Senna, sobrinha do tricampeão, afirmou que a peça foi escolhida pela família Senna e tem “valor emocional”, tendo sido retirada de um acervo que conta com uma série de itens relacionados ao piloto.
A ação, na verdade, estava programada para acontecer no GP de Mônaco, porém, como Hamilton não fez a pole, a FOM sugeriu à assessoria do Instituto Ayrton Senna que o capacete fosse levado para Montreal. No Canadá, Hamilton igualou o recorde, recebeu o presente, mas foi erroneamente informado que o item teria sido usado em corrida pelo ídolo brasileiro. Em novembro, quando vier ao país para o GP do Brasil, o inglês será convidado a conhecer o acervo do IAS.
Acervo esse, que terá parte significativa mostrada por Felipe Andreoli, em matéria exclusiva que vai ao ar no próximo domingo no Esporte Espetacular. Incluindo aí, um capacete de 1987, esse sim usado por Ayrton em corrida.