A Gazeta Esportiva apurou que o clube tem dado prioridade a esta questão desde os últimos meses do ano passado. A ansiedade é grande nos bastidores e a expectativa é do valor cair a qualquer momento.
Conforme a Gazeta revelou em dezembro, o Timão conseguiu receber 4 milhões de euros, cerca de R$ 24,5 milhões na cotação da época, referente a primeira parcela do pagamento acordado com os portugueses.
Portanto, o Timão tem ainda 14 milhões de euros, aproximadamente R$ 93 milhões, a receber, já que a venda foi acertada pelo montante de 18 milhões de euros.
Além da necessidade devido a compromissos de curto prazo, o clube quer aproveitar o momento favorável do câmbio. Para se ter uma noção, estes 14 milhões de euros, há um mês, valiam R$ 85,9 milhões.
O Corinthians conta com essa grana para resolver uma série de pendências consideradas “urgentes”.
Em outubro, a Gazeta mostrou que o Corinthians esperava pagar aproximadamente 1,5 milhão de euros (R$ 9,9 milhões) de taxa ao fundo responsável pela antecipação do valor total.
Esse cenário não mudou após pouco mais de três meses. A expectativa da atual diretoria é conseguir reduzir a taxa o máximo possível, mas a previsão é semelhante e considerada vantajosa por ser muito inferior ao que se tem no Brasil.
O Corinthians ficará com 70% do valor da venda de Pedrinho. O restante pertence ao empresário Will Dantas, com quem o clube já tem um acordo de parcelamento.
Salários atrasados
O salário do elenco principal do Corinthians referente a dezembro não foi pago. Os depósitos deveriam ter acontecido na primeira semana de janeiro.
A informação foi publicada primeiramente pelo portal “Meu Timão”.
O clube informou à Gazeta que a intenção é resolver a questão ainda durante essa semana e que os atletas já sabem quando vão receber, mas não especificou se, além do salário, o 13º e a outra metade das férias (a primeira metade foi paga em abril) também estão pendentes.
Além da esperança em contar com o dinheiro da venda de Pedrinho, o Corinthians vislumbra usar receita colhida pelo departamento de marketing, que tem conseguido fechar novos acordos. Nesta segunda-feira, por exemplo, a Neo Química foi confirmada como nova patrocinadora master da equipe. A parceria com a cerveja Brahma também já foi anunciada há pouco tempo.
Balanços serão públicos
Apesar da situação apertada, o Corinthians acredita que em breve vai começar a colher frutos por uma nova maneira de gerir receita e despesa, com uma disciplina orçamentária.
O otimismo é oriundo de um diagnóstico interno que aponta para corte de gastos e entrada de novos parceiros em menos de um mês de gestão.
Alguns recebíveis atrasados também são aguardados para dar fôlego ao fluxo de caixa.
Diante deste cenário, o Corinthians espera publicar mensalmente seus balancetes, conforme apurou a Gazeta Esportiva.
A intenção é tornar o mais transparente possível a situação financeira do clube depois de uma temporada em que o tema ganhou holofotes da torcida e da imprensa.
O balancete referente a janeiro de 2021 será apresentado ao público assim que o balanço do ano passado for concluído e repassado ao Conselho Deliberativo.
O órgão, aliás, no início de fevereiro, deve votar o balanço de 2019, que fechou com déficit de R$ 195 milhões.
(Tiago Salazar – Por Gazeta Esportiva)