O Amazonas já conseguiu transferir 506 pacientes para tratamento em outros estados, em ação de cooperação articulada pelo Ministério da Saúde, governo estadual e Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) como uma das medidas para reorganizar o sistema de saúde local, pressionado pelo recrudescimento na curva de casos de Covid-19 no local.

Nesta quinta-feira (04/02), 34 pacientes com a doença estão sendo removidos, em dois voos, com destino a Belém (PA) e Rio de Janeiro (RJ). Para Belém, seguem 12 do município de Tefé, na região do Médio Solimões, e mais quatro da capital amazonense. O outro voo sai de Manaus com destino ao Rio de Janeiro levando outros 18 pacientes.

A Força Aérea Brasileira (FAB) é responsável pelo transporte dos pacientes. A logística de remoção do interior para outros estados é complexa e envolve suplementação de oxigênio e escolha de cidades mais próximas, para evitar o desgaste dos pacientes.

O percentual de alta dos pacientes transferidos para outros estados já atingiu 32%. Além dos que seguem para tratamento de Covid-19, foram realizadas oito remoções para realização de cirurgia oncológica no Hospital do Câncer III, do Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Rio de Janeiro.

Os pacientes com Covid-19 estão sendo recebidos em hospitais universitários e unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) de 16 estados brasileiros, além do Distrito Federal.

VÔO PRIVADO

O Ministério da Saúde e o Ministério da Defesa, por meio da Força Aérea Brasileira, estão articulando uma logística ainda mais arrojada para o transporte de pacientes para outros estados, em parceria com uma empresa aérea comercial.

A empresa já recebeu a capacitação para realizar o voo com pacientes de Covid-19 e estão sendo organizados os fluxos, a identificação de locais de acolhimento e de perfis de pacientes que podem ser transferidos.

A meta é transportar 80 pacientes por voo, para atingir com mais rapidez o número ideal traçado pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, de remoção de 1,5 mil pacientes, para abrir vagas aos que estão em estado mais grave e que aguardam na fila de espera para internação.

(Jacira Oliveira, especial para a Agência Saúde)