Ogulho. Este é um sentimento recorrente na vida do ex-técnico Juliano Gerlin. Foi esta a sensação que o envolveu após o acesso do Oeste Paulista Esporte Clube (Opec) e também com o título do Campeonato Paulista da Segunda Divisão – quarto patamar estadual –, que neste sábado (11) completa exatos 10 anos. E hoje em dia, o sentimento vem novamente à tona toda vez que ele olha para a taça.
E a troca de olhares com o cobiçado troféu ocorre regularmente, pois o ex-treinador tem a oportunidade de guardá-lo em casa, em Dracena, a cerca de 120km do Estádio Prudentão, onde ele o viu pela primeira vez. Um grande privilégio para o comandante daquele esquadrão que fez história no futebol profissional de Presidente Prudente e que permanece como o último time responsável por um acesso e por um título na cidade.
“É muito gratificante. Mesmo depois de tanto tempo, é uma conquista que me causa muito orgulho. É difícil conseguir um acesso, imagine-se então um título. Guardo o troféu em um lugar vísivel na minha casa, e sempre que passamos por ele nos lembramos daquela época. Em reuniões com amigos ou familiares a gente comenta bastante sobre esse título” (Juliano Gerlin)
A taça representa não apenas a conquista da Segundona de 2007. Significa também a quebra de um jejum, que já se estendia por mais de cinco décadas em Prudente. Antes do Opec, a última conquista tinha ocorrido em 1961, quando a Prudentina se sagrou campeã do estadual da segunda divisão.
Os detalhes da grande final seguem vivos na memória de Juliano Gerlin. O adversário foi a Itapirense, e ele lembra bem qual era o clima naquela manhã nublada de domingo, dia 11 de novembro de 2007.
– Depois do acesso já estávamos felizes. Mas com a vaga na final, e tendo um time bom, sabíamos que poderíamos chegar além. No primeiro jogo, o estádio estava lotado. No jogo em casa, a nossa torcida também compareceu em peso e nos empurrou para conseguirmos a vitória.
O primeiro jogo o qual o ex-treinador se refere foi disputado em Itapira, onde o Opec conseguiu um empate. João Paulo, depois de cobrança de escanteio, abriu o placar para o time da casa, e já perto do fim da partida, Victor foi derrubado dentro da área, e o árbitro marcou pênalti. Jaime cobrou e empatou o duelo para o time prudentino, que pela melhor campanha, poderia ser campeão no próximo confronto com nova igualdade.
Na partida em que faturou o troféu, a Laranja Mecânica não se acomodou com o bom resultado do jogo de ida e entrou para vencer. Nada de atuar com o regulamento embaixo do braço. É o que garante o ex-treinador.
– O time queria o título. Mesmo com o acesso não estávamos acomodados, queríamos ser campeões. Tanto é que buscamos a vitória no jogo da ida e conseguimos vencer em casa. Nós sabíamos das nossas condições e do time que tínhamos.
O Opec venceu por 2 a 1. Tarabai, ainda no primeiro tempo, de voleio, abriu o placar, enquanto Faísca deixou tudo igual. O gol do título foi marcado após outro pênalti sofrido por Victor, assim como no confronto em Itapira. Jaime teve a responsabilidade de realizar a cobrança e, ao cumprir a missão, colocou seu nome na história e fez o troféu ficar em Prudente, ou melhor, na casa do Juliano Gerlin.
*Colaborou sob a supervisão de João Paulo Tilio