Nos dias de altas temperaturas, muitos buscam alternativas para amenizar a sensação de calor. Enquanto uns recorrem aos ambientes refrigerados, outras procuram clubes, piscinas, balneários e praias. Há um aumento no consumo de bebidas geladas e sorvetes. Enfim, cada um faz o que pode para se refrescar. Mas, e os animais de estimação? Será que eles também mudam seus hábitos?

A poodle toy, Pipoca, de três meses ingere muita água e gosta de ficar deitada no piso gelado da residência de sua dona, a professora aposentada Maria da Graça Moraes Beretta. “Durante o dia, ela quer ficar dentro do banheiro”, explica. À noite, Pipoca dorme na cozinha, acompanhada da gata Ísis, de um ano. Maria da Graça conta que o cômodo é abafado e numa noite muito quente, percebeu que a Pipoca não parava de chorar. “Liguei o ventilador e ela ficou quieta, dormiu sossegada”, diz. Desde então, a cachorrinha e a gata dormem com o ventilador ligado.

Para o veterinário José Márcio de Lima Fruchi, os animais podem permanecer em ambientes que tenham ar condicionado ou ventilador, sem problemas. Porém, é preciso estar atento para que o cachorro ou gato não desenvolva pneumonia. Ele destaca que, nesse período, o apetite diminui e a ingestão de água aumenta. “A água além de estar fresca, deve ser trocada de três a quatro vezes ao dia. Não é recomendável dar água gelada”, afirma. Segundo o veterinário, no verão os animais podem ter mais doenças dermatológicas, pulgas e carrapatos. Para evitá-los é indicado o banho semanal e a aplicação de medicamentos adequados. A tosa higiênica é bem-vinda para os que têm mais pelos. “A prevenção é o melhor tratamento”, completa.

AQUÁTICOS – Não só os mamíferos precisam de cuidados especiais no verão, os peixes também exigem tratamentos diferenciados. De acordo com Sueli Moreira Peverari, da Água Viva Peixes Ornamentais, há duas situações – os peixes tropicais se beneficiam com as altas temperaturas e os peixes de águas frias podem sofrer prejuízos.

Os peixes tropicais, como o acará disco, acará bandeira e o néon comem mais, tem uma resistência maior, ficam com o metabolismo mais rápido e os parasitas natos não conseguem se desenvolver.

Já os peixes, que não são típicos de nossa bacia, como o kinguio e as espécies africanas não se adaptam às altas temperaturas, podendo até mesmo morrer. Ainda de acordo com Sueli, na primeira semana de fevereiro, a água dos aquários estava em torno de 38ºC por causa da temperatura ambiente, quando o ideal seria 25ºC. “A água quente pode danificar os órgãos internos dos peixes”, observa.

Existem maneiras de se evitar o aquecimento da água do aquário: instalação de um aparelho, que regule a temperatura; substituir metade do volume de água do aquário, por água mais fresca, no período da tarde, e a mais utilizada, colocar garrafa pet com água congelada dentro do aquário, na proporção de 1 litro de água congelada na garrafa pet para 4 litros de água do aquário. Sueli ressalta que o gelo não pode ser colocado diretamente, porque ao derreter vai resfriar uma parte e se o peixe entrar em contato com ela, sofreria um choque térmico, que poderia matá-lo. “Todo peixe precisa ser bem cuidado. Aliás, ao adquirir qualquer bicho, o dono deve ter a consciência de sua obrigação em proporcionar condições favoráveis para a vida dele”, relata.