Na região de Presidente Prudente, a Cart, que administra a SP 270 – Rodovia Raposo Tavares – Ourinhos / Presidente Epitácio (273,03 km), registrou queda de 17,69% (de 1.012 para 833).
O governador Geraldo Alckmin anunciou nesta quarta-feira, 18, a maior redução no número de acidentes, mortes e feridos nos 6,4 quilômetros de rodovias que integram o programa de concessões rodoviárias.
Nos três primeiros trimestres do ano, as rodovias sob concessão do Estado de São Paulo registraram índice recorde de redução de acidentes. Em algumas concessões, o número de acidentes teve redução na casa dos 17%. Na média, os 6,4 mil quilômetros de estradas sob administração privada tiveram queda de 10,09% no número de acidentes. Mais significativa ainda foi o recuo na quantidade de vítimas fatais, de 21,82% em todo o sistema concedido, mas que chegou a mais de 50% em algumas concessões. A redução no número de feridos foi de 10,07% no sistema. Um enorme avanço do estado de São Paulo nas metas estabelecidas pela ONU para redução de acidentes de tráfego e trânsito. Também é um ótimo recorde: a maior diminuição em 16 anos do programa de concessões rodoviárias. Todas essas reduções são consequência do alto investimento em melhorias e infraestrutura, capazes de salvar cada vez mais vidas.
Ao longo desses 16 anos de concessões rodoviárias paulistas está sendo desenvolvido importante conceito de segurança viária, denominado “rodovia que perdoa”. Trata-se de investimentos necessários ao longo das pistas, como duplicações, construção de marginais, mais acostamentos, novos dispositivos de acesso e outras melhorias, que tornam as rodovias mais seguras e que salvam cada vez mais vidas. São investimentos promovidos pelas concessionárias, com dinheiro proveniente dos pedágios. “Foram investidos nesses 16 anos mais de R$ 70 bilhões. As rodovias estão sendo equipadas com mecanismos que absorvem o erro do motorista, capazes de evitar acidentes; ou mesmo que eles ocorram, que sejam o menos danosos possível para as pessoas”, explica Giovanni Pengue Filho, diretor geral da Artesp.
Responsáveis por esses resultados, os investimentos na malha concedida superaram R$ 70 bilhões desde o início do programa de concessões. Entre os investimentos em infraestrutura que colaboraram para a redução de acidentes estão a implantação de marginais, duplicação de pistas, implantação de faixas adicionais e acostamentos, recuperação e ampliação de dispositivos de acesso e retorno, entre outros. O total de duplicação de pistas da malha concedida nesse período foi de 276,5 quilômetros. Esse tipo de obra tem importante papel na redução de acidentes pois contribui para redução de colisões laterais – que são a terceira maior causa de acidentes, segundo levantamento feito com base nos registros de 2014 – e frontais. Também na malha concedida, no mesmo período, foram implantadas 149,6 quilômetros de pistas marginais – importantes por separar o tráfego urbano do rodoviário -, 184,6 quilômetros de faixas adicionais e 78,8 quilômetros de acostamentos. Na malha sob concessão da Cart, por exemplo, foram duplicados 112 quilômetros de pistas de 2010 a outubro deste ano. Nos trechos sob administração da SPVias foram 63 quilômetros duplicados.
Considerando os nove primeiros meses de 2015, esse é o quarto ano consecutivo com queda no número de acidentes nas rodovias sob concessão. Antes de 2015, o ano que apresentou maior recuo, sempre considerando os três primeiros trimestres do ano, foi 2014, que teve redução de 4,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. No ano passado, no entanto, os números de mortes e vítimas feridas apresentou aumento de 10,6% e 4,7%, respectivamente, o que reforça, ainda mais, a importância dos resultados obtidos este ano pelas concessionárias que administram as estradas paulista. Investimentos na malha e contínuas campanhas de conscientização do motorista têm sido as principais ferramentas para atingir os resultados.
A ARTESP, em conjunto com o Detran e o Governo do Estado de São Paulo, inicia nova campanha de prevenção de acidentes na televisão. Foram produzidos filmes com duração entre 30 segundos e dois minutos nos quais são apresentados depoimentos de pessoas que se envolveram ou perderam parentes em acidentes de trânsito, incluindo alguns casos de repercussão. Há, entre outros, relatos de João Reis, pai do cantor Cristiano Araújo – que morreu em acidente em rodovia neste ano -, e do filho do cantor Leonardo, Pedro Leonardo – que capotou o carro que dirigia há três anos também numa rodovia.
Maiores quedas. A concessionária que apresentou a maior queda no número de acidentes em São Paulo foi a Cart, que administra trechos das rodovias Raposo Tavares (SP-270) e João Baptista Cabral Rennó (SP-225) e toda a extensão da Rodovia Orlando Quagliatto (SP-327) nas regiões de Bauru, Marília e Presidente Prudente. O recuo foi de 17,69% (de 1.012 acidentes para 833) na comparação entre janeiro a setembro de 2014 e o mesmo período de 2015. Em seguida, com redução de 17% (de 1.482 para 1.230), aparecem as rodovias administradas pela SPVias, cuja concessão compreende trechos das seguintes rodovias nas regiões de Sorocaba e Itapeva: Castello Branco (SP-280), Francisco da Silva Pontes (SP-127), Antônio Romano Schincariol (SP-127), Raposo Tavares (SP-270) e João Mellão (SP-255), além da Rodovia Francisco Alves Negrão (SP-258) inteira.
Veja abaixo tabela com o desempenho de 19 das 20 concessionárias do Programa de Concessão do Estado de São Paulo – a Concessionária Tamoios não está na tabela pois entrou no programa neste ano, não havendo como fazer comparações com períodos anteriores: (TABELA ANEXO)
Redução de acidentes. Desde o início do programa de concessão, a ARTESP mantém junto as concessionárias o Programa de Redução de Acidentes (PRA) cuja meta era reduzir o índice de mortes nas rodovias para menos da metade em 20 anos a partir de 2000. O índice considera a quantidade de mortes, o volume de veículos e a extensão da malha. As medidas adotadas surtiram efeito tão positivo que a meta foi praticamente atingida em 13 anos: o índice caiu de 5,32 (mortes por 100 milhões de veículos por quilômetro) para 2,57.
Causas acidentes. De acordo com o levantamento dos tipos de acidentes de 2014 na malha concedida, a maior causa são os choques contra obstáculos estáticos (defensas, postes, carros parados no acostamento) com 30% do total de ocorrências; seguido das colisões traseiras (28%) e colisões laterais (13%). Já a principal causa de mortes por acidentes são os atropelamentos de pedestres (29%), seguido das colisões traseiras (21%) e dos choques (12%). Para a redução dos atropelamentos, a ARTESP e as concessionárias vêm realizando diagnósticos constantes dos pontos onde ocorrem esse tipo de acidente e, com base nesses levantamento, adotado medidas como reforço na sinalização, implantação de passarelas e melhoria na iluminação. Levantamento realizado no primeiro semestre deste ano mostrou que os resultados dessas medidas foram a redução de 23,6% no número de atropelamentos nas rodovias sob concessão (de 386 ocorrências de janeiro a junho do ano passado para 295 no mesmo período deste ano) e queda de 29,7% nas mortes por atropelamento (de 131 para 92).
Nova meta. Com base nos resultados alcançados no PRA e considerando as metas lançadas pela ONU no programa Década de Ações para a Segurança Viária (2011 a 2020), a ARTESP, em conjunto com as concessionárias, reviu os objetivos de seu programa de redução de acidentes. A nova meta é reduzir as mortes em 50%, ou pela metade, até 2020, considerando os números de 2010 como base. E, mesmo sem ser uma das metas estabelecidas pela ONU, queda de 20% no número de feridos. Para atingir o patamar almejado, a ARTESP mantém os investimentos na infraestrutura viária e vem reforçando as campanha de educação no trânsito, por considerar que é necessário mudar também o comportamento do usuário.
Cinto de segurança. Com base nesse enfoque, a Agência obteve resultados expressivos com a campanha lançada no início do ano para conscientizar os usuários da importância do uso do cinto de segurança, inclusive no banco traseiro dos veículos. De acordo com pesquisa realizada pela ARTESP em dezembro, 54% dos ocupantes dos bancos traseiros não utilizavam cinto de segurança. Segundo novo levantamento, esse índice caiu para 38% em agosto, oito meses após a campanha que contou com filmes veiculados na TV e internet, faixas nas rodovias, mensagens nos painéis das rodovias, distribuição de panfletos e ações com o Simulador de Impacto – aparelho que simula uma batida a 5 km/h e transmite ao usuário o impacto de um acidente mesmo que a baixa velocidade, ampliando a sensação de importância da utilização do cinto. Entre os passageiros do banco dianteiro, o índice de não utilização do cinto caiu de 16% para 11% e entre os motorista de 13% para 9%, segundo dados da mesma pesquisa da ARTESP.
Paralelo à realização dessa campanha, as concessionárias mantiveram ao longo do ano várias outras atividades cujo foco é a mudança de hábito tanto do usuário como da população que mora às margens das rodovias, principalmente nos trechos urbanos. São feitas ações para os caminhoneiros que envolvem a realização o de exames médicos e orientação em postos de serviços; ações para incentivar o uso de passarela pelos pedestres, campanhas para não utilização de celular ao volante, não consumo de álcool antes de dirigir e não ultrapassar os limites de velocidade.
A nova campanha, lançada recentemente na televisão em referência ao Dia Mundial em Memória às Vítimas do Trânsito, tem como principal enfoque a mudança de comportamento dos motoristas. Nos filmes, em que há depoimentos de pessoas que perderam parentes ou se envolveram em acidentes de trânsito, o apresentador Rodrigo Faro destaca comportamentos de risco, como dirigir embriagado ou não fazer a manutenção dos veículos, como responsáveis pelos acidentes, e convoca a todos para que usem o cinto de segurança, inclusive no banco traseiro.