No final da tarde de quarta-feira, a Comissão Especial de Investigação da Câmara Municipal de Monte Castelo, que apura as denúncias de corrupção contra o prefeito Odair Silis, realizou seu terceiro encontro. Estiveram presentes à sessão aberta ao público, a vereadora Ana Lúcia Marinho, presidente da comissão e os vereadores Flávio Aparecido de Carvalho, relator e Paulo Kameo Koshiyama, líder da oposição, além de outros edis.
Na ocasião foi ouvido o depoimento do empreiteiro Edmar Gomes Ribeiro, residente em Junqueirópolis, que acusa o prefeito de cobrança de propina. O caso teve repercussão nacional depois de uma reportagem exibida pela TV Fronteira em setembro de 2009, onde imagens mostram o prefeito recebendo dinheiro do empreiteiro, que venceu a licitação para a construção de uma creche na cidade com verba vinda do Governo Federal.
Durante a sessão, que durou cerca de duas horas, o empreiteiro reafirmou, segundo a vereadora Ana Lúcia, tudo aquilo que já havia dito em depoimento a Polícia Federal e ao Ministério Público, que investigam o caso.
Segundo informações, o prefeito Odair Silis, [que pediu afastamento por motivos de saúde depois das denúncias e reassumiu o cargo no dia 4 de janeiro] não estava na cidade na tarde de ontem.
A vereadora afirmou que durante o depoimento o empreiteiro disse estar presente para contar a verdade e que a obra desde a fase de licitação vem sendo alvo da cobrança de propina, inicialmente por parte do engenheiro da Prefeitura, Tiago Rossi e depois por parte do prefeito, que segundo Edmar pediu R$ 40 mil.
Segundo Ana Lúcia, durante o depoimento, o empreiteiro em nenhum momento acusou outro funcionário da Prefeitura ou algum vereador. Perguntado sobre a possibilidade de os R$ 4 mil que as imagens mostram sendo entregues por ele ao prefeito ser o pagamento de uma dívida particular ou de sua empresa para com o prefeito, o empreiteiro negou, reafirmando que o dinheiro era sim propina cobrada pelo prefeito.
Ana Lúcia destacou que o trabalho de investigação da comissão deve prosseguir durante a semana e que inicialmente a próxima sessão está prevista para acontecer no dia 27, às 17h30, quando novos envolvidos deverão ser ouvidos. A presidente disse que a comissão pretende convocar o cinegrafista que gravou as imagens para depor na próxima semana, porém o convite para o depoimento ainda não foi encaminhado, pois os vereadores não conhecem a identidade do profissional.
Caso o depoimento não possa ser agendado para a próxima semana existe a possibilidade de a nova sessão ser transferida para a semana seguinte, porém isso deverá ser definido nos próximos dias.
As investigações por parte da Justiça Federal prosseguem. O prazo de 120 dias para conclusão das investigações termina no dia 22 de março, porém pode ser prorrogado. A presidente afirmou que o prazo inicial deve ser suficiente para a apuração das denúncias.