As cidades que aderiram ao Projeto Município Verde Azul têm até 30 de setembro, para entregar o Relatório de Gestão Ambiental (RGA) que comprova as ações municipais desenvolvidas em cumprimento às 10 diretivas propostas pelo projeto. Até a data, os interlocutores trabalham para que os municípios alcancem o maior número de pontos na avaliação feita pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, que os credencia como prioritários na obtenção de recursos públicos do Governo de São Paulo, especialmente aqueles oriundos do Fehidro e do Fecop.
Em Dracena, várias ações estão em andamento segundo informou a interlocutora do Município Verde Azul, Mariana Machado Netto Oaten. Ela destacou a coleta e tratamento de quase 100% do esgoto do município, que traz pontuação positiva para Dracena. “Neste ano, também é exigência que se faça uma análise para medir a eficiência do esgoto, confirmando estes dados”, comenta Mariana. Também estão em fase de licenciamento duas estações elevatórias nos distritos de Jamaica e Jaciporã.
Quanto ao lixo, a interlocutora afirmou que Dracena já está se adequando. “O lixo não fica mais a céu aberto. Cobrimos o antigo lixão conforme as orientações da Cetesb e começamos um aterro novo, onde funciona a usina de reciclagem, num local em que não há presença de animais, nem pessoas e a entrada é controlada”. Na área, ainda foi feito um plantio de mudas.
A usina de reciclagem recebe os materiais da coleta seletiva de lixo que já funciona na cidade e conta com uma cooperativa de catadores. Além dos recicláveis, folhas e galhos em pequena quantidade, a coleta seletiva recolhe também o óleo de cozinha usado, que deve ser colocado em garrafa pet. O óleo é trocado pela cooperativa na Granol, em Junqueirópolis.
O caminhão utilizado na coleta seletiva passa por adequações para que o serviço ocorra de maneira mais eficiente nos bairros. A coleta é feita a cada 15 dias em cinco setores da cidade.
Outra atividade é o levantamento de todas as nascentes de água urbanas e rurais para preservação e recuperação das matas ciliares. Na zona urbana, a questão da arborização é uma grande dificuldade, afirma Mariana.
O coordenador estadual do programa Município Verde Azul, José Walter Figueiredo Silva, quando esteve em Dracena, citou que a arborização urbana é péssima em todos os municípios e que falta conhecimento para o plantio de árvores. Ele disse que na cidade deveriam ser plantadas várias espécies de árvores nativas e, principalmente, frutíferas nos quintais. Mas reforçou que os agentes públicos devem ser capacitados para saber onde e como plantar as árvores, além de avaliar quais as espécies compatíveis com o local escolhido. José Walter também apontou os problemas com a fiação elétrica, instalada de forma errada nas cidades e que pode ser disciplinada, trazendo mais benefícios a população.
A educação ambiental é uma das diretivas que mais vale pontos e deve ser trabalhada em conjunto com todos os demais itens do projeto. A interlocutora Mariana Machado informou que as escolas da cidade já possuem atividades com o projeto Criança Ecológica.
POLUIÇÃO DO AR – Não só a fumaça dos veículos é responsável pela piora na qualidade do ar. José Walter destacou que as pessoas fazem incêndio todo dia colocando fogo nas folhas varridas da calçada. E mais, disse que estas queimadas urbanas são piores do que a queima da cana-de-açúcar. Para combater incêndios de pequeno porte, sete pessoas participaram do curso de brigadistas de incêndio com os Bombeiros. O uso da água também precisa ser disciplinado e para combater o desperdício, a Emdaep já elaborou um projeto que contempla também a cobrança por bacia hidrográfica, prevista na diretiva do projeto Município Verde Azul.
Dracena ainda conta com a estrutura ambiental necessária como a Secretaria de Meio Ambiente, responsável pelas políticas ambientais e o Conselho de Meio Ambiente, órgão de representação e participação da sociedade. Mariana informou que desde março, o Conselho promove reuniões mensais e que os conselheiros têm se mostrado solícitos para ajudar nas atividades.