Amanhã (5), a partir das 9h, auxiliares, agentes de saúde, enfermeiros da unidade do Centro de Saúde de Santa Mercedes e a médica ginecologista e obstetra Lígia Maria da Silva estarão atendendo as mulheres, a fim de realizar o exame que diagnostica o câncer de colo de útero, mais conhecido como papanicolau.
As mulheres serão atendidas por ordem de chegada e deverão comparecer ao Centro de Saúde com os documentos pessoais. Após o exame, será servido café da manhã às pacientes e depois haverá sorteio de brindes (kit higiene com produtos de beleza e dois vales para manicure).
A iniciativa é da Prefeitura de Santa Mercedes por meio da Secretaria Municipal de Saúde. A expectativa é que sejam feitos de 100 a 150 exames amanhã.
A enfermeira da equipe do PSF, Thaís Regina da Silva contou que o mutirão foi realizado no mês passado no distrito de Terra Nova D’Oeste. “Atendemos 35 mulheres”, diz. Ela também explicou que a escolha da data se deve ao fato de que muitas mulheres do município deixam de fazer o exame devido ao horário de atendimento da unidade coincidir com o horário de trabalho. “Acreditamos que no domingo todas possam comparecer”, observa.
CÂNCER – O câncer do colo do útero é o segundo tipo da doença mais frequente entre as mulheres, com cerca de 500 mil casos novos por ano no mundo, sendo responsável pelo óbito de, aproximadamente, 230 mil mulheres por ano. Sua incidência evidencia-se na faixa etária de 20 a 29 anos e o risco aumenta rapidamente até atingir seu pico, geralmente na faixa etária de 45 a 49 anos. Ao mesmo tempo, com exceção do câncer de pele, é o câncer que apresenta maior potencial de prevenção e cura quando diagnosticado precocemente.
Quase todos os casos de câncer do colo do útero são causados por um dos 13 tipos do HPV (Papilomavírus Humano) atualmente reconhecidos como oncogênicos pela IARC. Destes, os tipos mais comuns são o HPV16 e o HPV18.
Até a década de 1990, o teste papanicolau convencional constituiu-se na principal estratégia utilizada em programas de rastreamento voltados ao controle do câncer do colo do útero. Novos métodos de rastreamento, como testes de detecção do DNA do HPV e inspeção visual do colo do útero, utilizando ácido acético (VIA) ou lugol (VILI), são apontados, em vários estudos, como eficazes na redução das taxas de mortalidade por câncer do colo do útero. No Brasil, o exame citopatológico é a estratégia de rastreamento recomendada pelo Ministério da Saúde prioritariamente para mulheres de 25 a 59 anos.
VACINAÇÃO – É estimado que uma redução de cerca de 80% da mortalidade por esse câncer pode ser alcançada através do rastreamento de mulheres na faixa etária de 25 a 65 anos com o teste de papanicolau e tratamento das lesões precursoras com alto potencial de malignidade ou carcinoma in situ. Para tanto, é necessário garantir a organização, a integralidade e a qualidade do programa de rastreamento, bem como o seguimento das pacientes.
Recentemente, agências de regulamentação de medicamentos de vários países aprovaram para comercialização vacinas contra a infecção pelo HPV. No Brasil, estão registradas, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa/MS): a vacina quadrivalente contra HPV 6, 11, 16 e 18, desenvolvida para a prevenção de infecção pelos tipos virais mais comuns nas verrugas genitais (HPV 6 e 11) e no câncer do colo do útero (HPV 16 e 18), é indicada para mulheres com idade de 9 a 26 anos; e a vacina bivalente contra HPV tipos 16 e 18, associados ao câncer do colo do útero, é indicada para a mulheres de 10 a 19 anos.
A incorporação da vacina contra HPV no Programa Nacional de Imunizações está em discussão pelo Ministério da Saúde e pode se constituir, no futuro, em importante ferramenta no controle do câncer do colo do útero. As informações são do INCA – Instituto Nacional do Câncer.