A falta de chuvas e a baixa umidade do ar estão comprometendo o início da safra da acerola na região. As informações são do presidente da Associação Agrícola de Junqueirópolis, Osvaldo Dias. Ele explica que é necessário chover em torno de 30 milímetros para a floração da planta. “Sem a chuva, a colheita pode atrasar”, diz.

Ainda sobre a influência das condições climáticas, Dias conta que os dois últimos anos foram anos críticos para a produção da acerola. “Tanto o excesso de chuvas (2009) quanto a estiagem (2008) não colaboram com a produtividade uma vez que, muita chuva prejudica a colheita e a falta de chuva compromete a floração. Além disso, em 2008 houve a crise econômica”, lembra.

Segundo o presidente da Associação, atualmente as dificuldades encontradas pelos produtores estão ligadas a baixa do dólar (além de ser comercializada na região, a acerola é vendida para empresas que exportam o produto) e a falta de produto. “A produção da acerola não cresceu no mesmo patamar que a procura pelo produto, sendo necessário aumentar o plantio”, afirma.

Para ele, os pequenos e médios produtores devem se organizar e estar atentos para questões, como tratos culturais, que envolvem as práticas de manejo e o acompanhamento técnico dos profissionais das Casas da Agricultura e Cati – regional de Dracena para conseguirem alta produtividade e rentabilidade, além de buscar a certificação da acerola. “Nossa região tem a capacidade de produzir em torno de seis mil toneladas por ano”, acredita. Os produtores de Junqueirópolis conquistaram o “Selo de Certificação da Cultura da Acerola” em outubro do ano passado.

O engenheiro agrônomo e diretor da Cati/Dracena, Luiz Alberto Pelozzo informa que em termos de acerola, nossa região é a maior produtora do Estado. De acordo com dados da última safra, que terminou em maio, foram produzidas 274.125 caixas de 16 kg de acerola na região gerando uma receita em torno de R$ 3 milhões.

O município de Junqueirópolis é o principal produtor com 95 mil pés de acerola e 170 mil caixas de 16 kg produzidas na última safra. Em seguida por quantidade plantada estão Dracena (19 mil pés); Irapuru (11 mil pés); Adamantina (2.200 pés), Pacaembu (1.500 pés); Santa Mercedes (900 pés), Tupi Paulista (700 pés) e Mariápolis (500 pés). Pelozzo pontuou a falta de mão-de-obra na colheita da acerola. “A escassez da mão-de-obra é um fator limitante”, considera. Na região, a maioria dos homens está empregada nas usinas.

Dias comenta que a colheita é um trabalho mais leve se comparado a colheitas de outros produtos, sendo realizada por mulheres e pessoas mais velhas como forma de complementação de renda.

A entrega do “Selo de Certificação da Cultura da Acerola” a 67 agricultores familiares da Associação Agrícola de Junqueirópolis aconteceu no dia 8 de outubro, no prédio da Divisão Municipal de Educação, da cidade vizinha. O selo recebido serve como passaporte ao município e região em direção a novos mercados, principalmente os internacionais.