Importância da polinização pelas abelhas e vespas na agricultura
Katia Braga
Embrapa Meio Ambiente
Os insetos conhecidos popularmente como abelhas e vespas ou marimbondos apresentam grande diversidade e abundância, com espécies bastante comuns em diversos ambientes.
Essa diversidade de espécies se manifesta por meio da sua aparência corporal – diversidade de cores, formatos, tamanhos – e diferentes comportamentos. Os adultos, de diversas espécies, se alimentam do néctar e do pólen das flores e, como as abelhas, podem atuar como polinizadores, também contribuindo com a reprodução das plantas.
Como ocorre com as abelhas, a maioria das espécies de vespas é solitária, mas há também espécies com diferentes níveis de socialidade.
Na agricultura, embora a contribuição estimada das vespas (4,4%) na polinização de cultivos seja bastante inferior à das abelhas (78,9%), elas desempenham um outro papel importantíssimo como predadoras: controlam as populações de outros insetos, impedindo que o aumento dessas populações causem danos consideráveis aos cultivos e prejuízos aos agricultores.
Isso porque os adultos das vespas capturam lagartas, vaquinhas, percevejos, bichos-mineiros e outros insetos e os levam para seus ninhos como alimento para as crias, diferentemente do que fazem as abelhas, cuja origem do alimento da cria é vegetal – pólen, néctar e, em algumas espécies, também óleos florais.
As vespas sociais são amplamente distribuídas por todos continentes, exceto a Antártica e, no Brasil elas são representadas, principalmente, pelas espécies de uma subfamília conhecida como Polistinae. Essas vespas sociais são muito comuns em áreas urbanas construindo seus ninhos sob estruturas de concreto ou metal ou dentro da parede de edifícios.
A importância das vespas sociais e de sua diversidade se deve aos papéis ecológicos que elas desempenham na natureza, seja como polinizadores e predadores de outros insetos seja como detritívoros, ao forragearem frutos em decomposição e carcaças de animais.