Pastagens a serviço da sociedade
Bruno Pedreira (Embrapa) e Lynn Sollenberger (Prof. Universidade da Flórida-EUA)
As pastagens estão entre os ecossistemas mais extensos do mundo, abrangendo cerca de 40% da superfície sem gelo da Terra. As pastagens para produção pecuária são a maior classe de uso da terra no planeta, ocupando aproximadamente 3,5 bilhões de ha, e a fonte predominante de forragem para animais em pastejo no mundo.
As pastagens são responsáveis por produzir alimentos para animais, para humanos e outros produtos agrícolas que proporcionam inúmeros benefícios à sociedade. Nós, humanos, somos fundamentalmente dependentes desses benefícios, os quais definimos como serviços ecossistêmicos, embora seu valor nem sempre seja reconhecido.
No entanto, apenas recentemente, começamos a entender as pastagens como fornecedoras de produtos importantes para a sociedade, o que inclui a forragem produzida para alimentar os animais. Isso resulta na produção de alimentos de origem animal destinados ao consumo humano (carne e leite), contribuindo com o atendimento da demanda global de alimentos e com a geração de outros produtos de origem animal (lã, medicamentos, cosméticos, couro, etc.).
Nos últimos anos, um amplo esforço de pesquisa vem sendo feito para auxiliar produtores na otimização da produção de forragem, ciclagem de nutrientes via palhada e excrementos dos animais, fixação de nitrogênio, habitat para garantir biodiversidade, manejo de pastagens e, por fim, aumentar a produção pecuária.
Pastagens bem manejadas podem contribuir recarregando as bacias hidrográficas, filtrando a água à medida que se move pelo solo, garantindo a conservação e evitando a degradação dos nossos solos. Isso é o resultado da manutenção da cobertura vegetal e da diversidade de espécies nas pastagens que auxiliam a minimizar a erosão do solo, a lixiviação de nutrientes para as águas subterrâneas ou o escoamento para as águas superficiais. Além de aumentar a matéria orgânica do solo e a reter mais água e nutrientes no solo.